Política Titulo 12% de aumento
Taxa do Sesi sobe dobro da inflação

Em um ano, contribuição criada por Paulo Skaf e cobrada aos alunos salta de R$ 1.424 para R$ 1.595, o equivalente a 12% de aumento

Por Fábio Martins
Leandro Baldini
21/09/2014 | 06:59
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William Volcov/Divulgação


Candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, reajustou taxa a alunos do Sesi, entidade ligada ao sistema S, em patamar que chega ao dobro do índice da inflação, no período de um ano. De 2013 para 2014, quando o peemedebista ainda estava à frente da instituição, o valor da cobrança subiu 12% em todas as categorias, ampliando, por exemplo, o preço de R$ 1.424 para R$ 1.595 ao Ensino Fundamental para beneficiários (funcionários relacionados ao setor).

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), levantado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), aponta que a alta foi de 6,03% em 12 meses, o que demonstra que o percentual aplicado por Skaf foi bem superior à inflação. Em outro indicador, pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o acréscimo, considerado da inflação ''''oficial'''', se deu em 6,49% no período, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), número que também mostra o aumento acima do acumulado.

Diante da majoração, os valores para quem não é beneficiário (sem relações diretas com a indústria) passou de R$ 2.022 para R$ 2.265 anuais no Fundamental. Na Educação Infantil (creche), a cobrança saltou de R$ 4.670 para R$ 5.230 a beneficiários, que contribuem com o sistema. Para os que não tem ligação com o setor, a taxa da creche foi de R$ 5.858 para R$ 6.562. Para o Ensino Médio, o tributo saiu de R$ 2.330 para R$ 2.611 a beneficiários, enquanto R$ 2.795 para R$ 3.130 a não beneficiários.

O Sesi pertence ao sistema S, que possui benefícios fiscais e verbas diretas do governo federal para custeio. O tributo da entidade foi criado no ano de 2007, à época comandada por Skaf. O postulante ao cargo de governador paulista se posicionou sobre o caso durante período eleitoral, defendendo que a instituição “oferece ensino gratuito, com excelência”. Sobre a taxa instituída por ele, garantiu tratar-se “apenas de contribuição” e que não era obrigatória.

A contribuição já foi contestada por pais de alunos, que consideraram a cobrança injusta. Entidades sindicais e o MPF (Ministério Público Federal) também demonstraram contrariedade. Questionado por cinco vezes, o Sesi nunca divulgou o total arrecadado com a taxa. Em contrapartida, a instituição alegou anteriormente ser transparente na descrição de toda sua movimentação financeira, “aplicando procedimentos gerais da Constituição Federal”, e que, baseada nesta premissa, “presta conta de todas as suas despesas e receitas.

Indagada sobre o reajuste acima da inflação, o Sesi não respondeu os questionamentos da equipe do Diário.

Na Capital, peemedebista mantém ataques, mas é evasivo

Em atividade de campanha realizada ontem, pela região da Freguesia do Ó, na Zona Norte da Capital, o candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, adotou novamente postura ofensiva de críticas ao principal adversário, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas sem apresentar propostas efetivas.

O presidente licenciado da Fiesp percorreu as ruas do centro comercial do bairro, passando pelo Largo do Japonês, abordando moradores com tom de ataques ao governo estadual. “Falta muita coisa aqui. Existem inúmeros problemas na Educação, Saúde e Segurança”, disse Skaf, a uma moradora local.

Acompanhado por apoiadores e correligionários, o peemedebista permaneceu no bairro por cerca de duas horas.

O candidato buscou reafirmar que o governo do Estado é “ausente”, principalmente em áreas mais carentes, onde Skaf, mais uma vez, ratificou que a população aprendeu a “viver sem a presença do governo. É total descaso.”

Na Saúde, o postulante pontuou que as falhas da atual gestão se dão por “incompetência” e garantiu que, se eleito, promoverá incentivos. “Este setor está catástrofe. Onde há médico, falta equipamentos. No lugar que tem aparelhos, faltam profissionais técnicos. É total absurdo. Vou promover um choque de gestão, construir hospitais e instituir AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades)”, destacou o peemedebista, sem detalhar como funcionaria esse plano de ações.

CENÁRIO
Conforme pesquisa Datafolha, o atual panorama da corrida pelo posto máximo do Palácio dos Bandeirantes mostra Alckmin na liderança, com 49% das intenções de voto, seguido por Skaf, com 22%, e Alexandre Padilha (PT), que atingiu 9% de preferência.

Esse cenário, se mantido, proporcionará vitória em primeiro turno para o tucano. Por outro lado, o peemedebista vem reforçando nas ruas sentimento de confiança em conseguir levar sua candidatura ao segundo turno.  




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