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Moradores do Zaíra, em Mauá, pedem ação contra os pancadões

Munícipes e comerciantes afirmam que a Prefeitura e a PM precisam agir de forma preventiva antes de as festas irregulares se consolidarem

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
28/02/2022 | 00:09
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Celso Luiz/DGABC


Todas as noites de sexta-feira, sábado e domingo a cena se repete. Carros e motos tomam as ruas, muitas pessoas também chegam a pé e consomem bebidas e drogas lícitas e ilícitas nas calçadas, ligam os sons dos automóveis e a festa não tem hora para acabar. O que para uns é divertimento, para outros é transtorno, prejuízo e medo. Moradores e comerciantes da Avenida Adilson Dias de Souza, no Zaíra 6, em Mauá, imploram para que a Prefeitura e a PM (Polícia Militar) atuem no sentido de evitar a formação dos chamados pancadões, que todo fim de semana tem se repetido.

Segundo os munícipes, quando a GCM (Guarda Civil Municipal) chega para dispersar a festa, os agentes fecham e multam os estabelecimentos. Os comerciantes alegam que não são responsáveis pelo pancadão, pois não disponibilizam a música. “Nós já enviamos ofícios para a Prefeitura, para a Câmara Municipal, para a PM, para o Ministério Público, porque isso tira nosso direito de ir e vir, ninguém consegue sair ou entrar de carro, e a gente continua convivendo com essa situação”, afirmou um morador que pediu para não ser identificado.

Outro morador contou que não pode mais chegar da igreja depois das 22h, porque não consegue guardar o carro na garagem. Recentemente, a filha mais velha, que havia passado por uma cesariana há pouco tempo e que teve algumas complicações, teve que passar uns dias na casa de um irmão, pois ficou com medo de precisar de socorro médico e não ter como sair de casa. O munícipe declarou que já testemunhou pessoas com armas de fogo no meio das festas. Depois dos pancadões, o que sobra nas ruas são copos e garrafas jogadas, além de um forte cheiro de urina.

“Não temos paz. A gente não dorme mais, não podemos pegar ônibus na rua de casa, ou sair e entrar de carro, porque a rua fica intransitável”, reclamou outra moradora. Todos os entrevistados pediram para não ser identificados pois temem sofrer algum tipo de retaliação.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado informou, em nota, que a PM realiza a Operação Mais Seguro em todo o Estado, visando coibir a aglomeração de pessoas para eventos não autorizados. Que os locais são mapeados e, dentro da capacidade operacional, o efetivo é direcionado para prevenir sua formação. Paralelamente, de 25 de fevereiro a 2 de março, a PM vai realizar a Operação Carnaval Mais Seguro, com o objetivo de ampliar a segurança e o combate à criminalidade em todo o Estado. 

O comunicado ressaltou que a instituição não deixa de atender à população quanto aos eventos e aglomerações ilegais, apoiando os órgãos competentes para as fiscalizações, porém sempre vai adotar medidas de preservação da vida e da integridade física das pessoas em detrimento a outros direitos. “Ao longo de todo o ano de 2021 foram realizadas mais de 47.700 operações em todo o Estado, com cerca de 112 toneladas de drogas e 1.737 armas apreendidas, além de 21.716 pessoas presas”, concluiu a nota. A Prefeitura de Mauá não respondeu até o fechamento desta edição.




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