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Diário reforça investimento em projetos para redes sociais

Empresa contratada guia estratégias na divulgação do jornal e também de novos conteúdos

Por Marcela Ibelli
Do Diário do Grande ABC
28/02/2021 | 07:00
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DGABC


Em agosto, o primeiro site do mundo completa 30 anos. A página, nomeada de The Project, foi criada em 6 de agosto de 1991 por Tim Berners-Lee, físico do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), responsável por inventar a WWW (World Wide Web). Em três décadas, a revolução virtual vem sendo cada dia mais acelerada. Só nos últimos dez anos, segundo dados da pesquisa realizada pela empresa Statista, o número de usuários das redes sociais triplicou. Em 2010, passou de menos de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo para, em 2020, alcançar os 3,6 bilhões. A projeção para 2025 é atingir os 4,41 bilhões. Mídia digital é vitrine.

Em 1996, o Diário – que tem 62 anos de existência – inaugurou seu próprio site. Foi um dos primeiros veículos de comunicação do Brasil que perceberam o impacto que a internet causaria na divulgação de notícias. Em janeiro, o www.dgabc.com.br bateu a marca de 2,5 milhões de visualizações. De mãos dadas, estão todas as outras plataformas que cumprem a missão de levar informação de qualidade a todos os leitores e leitoras (confira arte ao lado).

“A notícia hoje prevê comunicação mais rápida, que chegue ao receptor por meio de vários canais, não somente o impresso. Desta forma, buscamos alinhar essa mudança na tecnologia da informação a novas demandas”, explica Marcos Sidnei Bassi, diretor superintendente do Diário.

Foi nos primórdios da criação do site que Romano Venturini começou a trabalhar com internet, justamente no projeto do DOL, o Diário On-line. “Fiquei três anos no jornal. A transição do impresso para o virtual foi uma loucura. Existia uma guerra de quem ia dar a notícia primeiro, a turma do site ou a turma do impresso. Tanto que criamos uma seção – que existe até hoje – nomeada de Minuto a Minuto, com a informação mais urgente. E olha que as redes sociais ainda não existiam”, lembra Venturini, que depois ficou 15 anos no Portal Terra e, na sequência, foi ser sócio na Qualitá.

A partir de amanhã, a empresa – criada pela jornalista Flávia Benvenga, há 15 anos – assume as mídias digitais do Diário. Ela também trabalhou no jornal, no início dos anos 1990, quando ainda não tinha internet nem no Brasil. “Voltar é desafiador e emocionante depois de tanto tempo. Aprendi a ser jornalista no Diário.”

A empresa, especialista em marketing de conteúdo e digital, foi contratada com o objetivo principal de potencializar a força do Diário nas redes. “Chegamos com a visão da importância da notícia, mas também com um olhar de fora, de trazer mais visibilidade e maior participação do leitor, inclusive com mais entretenimento para aumentar o engajamento”, explica Flávia. “O jornal já é um sessentão, mas precisa conversar também com o público de todas as faixas etárias, incluindo o mais jovem. O Diário vai trazer informações valorizadas e adaptadas para a linguagem de cada plataforma”, diz.

O trabalho foi dividido em cinco fases, que incluem planejamento, mapeamento e adequação das redes sociais, além da renovação da identidade visual e reestruturação dos canais. “Vamos buscar conteúdos adicionais para as redes, com ênfase no Twitter. Queremos dobrar as postagens”, conta Venturini.
Além de todas as plataformas existentes – Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Linkedin – a ideia é criar outros canais de comunicação e produtos. “Estão no planejamento podcasts, cursos e newsletters”, pontua o comunicador. Em relação ao podcast, a empresa acredita ser um canal cada vez mais prático e procurado. “É uma ferramenta que cresce cada vez mais entre todos os tipos de público. Quando o conteúdo é interessante, relevante e cativa as pessoas de alguma maneira é consumido, isso é fato”, analisa Venturini.

Com a atenção voltada para as mídias sociais é natural e esperado, segundo o empresário, que chame a atenção do mundo corporativo e novos negócios e parcerias com o jornal surjam. Para o diretor superintendente do Diário, a meta é fortalecer esse novo caminho. “Isso trará como consequência penetração ainda maior do nosso conteúdo e, consequentemente, um afluxo de maior de publicidade. Esse é hoje o grande dilema de todos os jornais impressos notadamente os regionais.” Flávia complementa: “o legal da internet que é possível mostrar e medir os dados, a evolução de cada plataforma. Vamos usar todos os mecanismos e ferramentas, sempre priorizando o conteúdo e informando que trata-se de publicidade. O objetivo é que o jornal tenha muitos anos de vida com a qualidade de sempre”.

Conexão com os leitores é prioridade

O público vai continuar sendo primordial nesta nova fase de reestruturação das redes sociais. “A comunicação com eles será ainda mais pontual, feita a quatro mãos com a Diretoria de Redação. É essencial”, ressalta Flávia Benvenga, da Qualitá, empresa responsável pelas mudanças. Exemplo de como o Diário aproveita o poder da tecnologia e das redes sociais para levar cada vez mais as informações para dentro ‘da casa das pessoas’ é o Boletim Coronavírus, produto criado para a DGABC TV, no início da pandemia.

O programa é transmitido ao vivo no Facebook da casa dos apresentadores, que estão na segurança do home office. Há uma identificação com os leitores e leitoras, que fazem questão de ver a atração todas as noites. Um dos que não ‘falham’ é Altamiro Motta, 59 anos, de Santo André. Ele acompanha o Diário desde a década de 1970.

“Testemunhei de perto toda a evolução da empresa de comunicação, sou um dos apaixonados ainda por folhear as edições, mas também sempre gostei muito de toda a parte on-line. Sou superfã no Facebook e acompanho o boletim desde o início, gosto de comentar e de participar”, conta Motta. O empresário sugere mais entradas ao vivo, com entrevistas do dia sobre os mais variados assuntos. “Estou na torcida”, afirma.

Elaine Rodrigues, 55, de São Bernardo, também é assídua nas redes sociais e site do Diário. Antes de migrar para as plataformas, a executiva de merchandising lia sempre o jornal. Ela integra a geração que amava, especialmente, o Diarinho, suplemento infantil. “Já tive banca de jornal e sou fã do Diário. Para ela, é muito interessante que a marca tenha se expandido para todas as mídias. “Eu sou das que comentam, compartilham, curtem. Fazemos chegar em todo o Grande ABC, Brasil e outras partes do mundo, como os Estados Unidos, como uma entrevista que assisti no boletim com uma são-bernardense que tomou a vacina da Pfizer lá. Agradeço muito por vocês transmitirem sempre a verdade para nós. Isso já é de grande importância.”

Parcerias de todas as áreas para levar informação de qualidade

Diferentemente do clima de competição do início da Era da Internet dentro das redações, agora a forma de trabalhar é oposta. Equipes dos jornalistas, da área digital e marketing pensam juntos em como alavancar o conteúdo. “Devemos buscar essa sinergia entre o impresso e o digital, pois, no fundo, falamos de um jornalismo sério, de qualidade propagada por meios diferentes e diversos. O que importa é manter a qualidade, a isenção e a profundidade da comunicação na região atingindo um público cada vez maior e mais diferenciado”, analisa Marcos Sidnei Bassi, diretor superintendente do Diário.

Evaldo Novelini, diretor de Redação do Diário, também acredita que o investimento nas mídias é essencial e urgente. “As redes sociais se transformaram em arena do debate público. Reforçar a presença de nossa marca nos ambientes digitais é parte essencial do planejamento estratégico do jornal, que pretende manter sua relevância na produção e divulgação de conteúdos noticiosos de qualidade”, analisa. 




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