Estremecido com o governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), o vereador Betinho da Dragões (PR), que é pré-candidato a deputado estadual, afirmou querer abdicar de projeto próprio para apoiar o presidente da Câmara, Admir Jacomussi (PRP), pai do prefeito, que também projeta candidatura à Assembleia Legislativa. Contudo, exige conversa por parte do Paço.

“Não estou me preparando para ser candidato (a deputado estadual no ano que vem), para ser sincero. Meu desejo é apoiar o Jacó (como Admir é conhecido). Mas o governo não nos procurou ainda para pedir meu apoio. Então, o apoio não é automático. Se não houver entendimento entre as partes, só Deus sabe o que pode acontecer”, condicionou Betinho.

Embora negue pretensão em disputar vaga no pleito estadual do ano que vem, Betinho vem se movimentando internamente nos últimos meses para asfaltar o possível projeto. Então aliado de primeira hora de Atila, o parlamentar expôs descontentamento com o socialista ao entregar, em setembro, o comando da Secretaria de Esportes e Lazer, setor que o partido comandava desde o início da gestão. A estratégia usada por Betinho foi de reclamar de orçamento baixo para o setor, mas internamente a avaliação do Paço foi a de que o parlamentar sinalizava interesse em apoio para alçar voos mais altos na carreira política.

A análise que o núcleo duro do governo faz nos bastidores é que Betinho projeta repetir a trajetória vitoriosa de Atila na política, procurando se eleger deputado estadual como projeção eleitoral para futuras eleições ao Paço de Mauá.

Quando foi eleito deputado, em 2014, Atila acumulava dois mandatos como vereador, além de ter sido superintendente da Sama (Saneamento Básico do Mauá). Neste ano Betinho iniciou justamente seu segundo mandato.

Já Admir minimiza possível rompimento e diz que conta com o apoio de Betinho. “Ele já me disse várias vezes que eu sou o candidato dele, não acho que ele voltaria atrás. Cada um faz o que achar melhor. Gostaria de contar com o apoio do Betinho, mas essa é uma decisão dele”, contemporizou Admir, que estuda a possibilidade de deixar o PRP para se candidatar ao Parlamento. “(Para continuar no partido) É preciso que o PRP faça coligação com chances reais de vitória. Eu não sou candidato que entra na disputa para perder.”