Política Titulo Decisão
S.Caetano diminui poder da Fundação do ABC na Saúde

Município aproveita alteração no modelo de contratação de médicos para substituir 250 profissionais ligados à instituição

Evaldo Novelini
Do Diário do Grande ABC
21/03/2017 | 07:00
Compartilhar notícia


Duzentos e cinquenta médicos que prestam serviço nas unidades de Saúde de São Caetano, contratados via FUABC (Fundação do ABC), serão substituídos até junho. A secretária Regina Maura Zetone (PSDB) está alterando o modelo de vinculação dos profissionais para reduzir gastos. Algo precisava ser feito, segundo ela, para evitar que o município esgotasse em julho o orçamento anual da Pasta, de R$ 193 milhões.

“Se não fizéssemos nada, ficaríamos sem dinheiro em julho. O desafio é cortar custos sem comprometer a eficiência dos serviços”, salienta Regina. A proposta é fechar contratos com organizações sociais de Saúde, pessoas jurídicas formadas por médicos, para prestação de serviços, hoje monopolizados pela FUABC. Com isso, a cidade deixaria de arcar com encargos trabalhistas e colocaria fim a salários altíssimos – profissionais da Fundação recebem até R$ 35 mil mensais.

A oftalmologia foi o primeiro setor a alterar a forma de contratação. Regina assegura que a mudança acarretou economia de R$ 550 mil mensais, reduzindo as contas de R$ 900 mil para R$ 350 mil, já incluídos, além dos salários, materiais usados nos procedimentos.

Anestesiologia (de R$ 600 mil para R$ 235 mil mensais), pronto-socorro infantil (de R$ 2 milhões para R$ 460 mil) e unidades de terapia intensiva (R$ 1,8 milhão para R$ 1 milhão) serão os próximos setores a serem reformados. A área de cirurgia geral, alterada na antiga gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), serviu de modelo. O tucano é um dos principais críticos da atuação da FUABC.

A negociação com as cooperativas de médicos estipula metas mensais. Exemplos: 6.000 consultas no PS infantil, 95% da capacidade de internação nas UTIs ocupados, 300 cirurgias e 100 partos.

CONTRATOS
Outra frente de atuação de Regina é na redução dos valores dos contratos da Secretaria da Saúde. Ela estima economizar R$ 1 milhão renegociando acordos com fornecedores que prestam serviços, como limpeza e manutenção dos prédios públicos, e locam equipamentos médicos. “Atualmente, gastamos R$ 6 milhões por mês.” Já com os laboratórios farmacêuticos que fornecem medicamentos, a meta é economizar 50% do R$ 1,8 milhão que São Caetano gasta por mês.

Com parte da verba economizada, Regina planeja reforçar a atenção básica, ampliando equipes do Programa Saúde da Família das atuais 25 para 27, de modo a atingir 70% da população são-caetanense – hoje, a abrangência é de 65%. Grupos de odontólogos também serão ampliados, de oito para 13.

Programa de reforma dos equipamentos também consta na lista. As dez unidades básicas da cidade, por exemplo, receberão investimentos de R$ 300 mil cada uma para melhorar as condições de trabalho e atendimento. A principal meta, todavia, é entregar, até o fim do ano, o Centro de Alta Resolutividade do Câncer de Mama. “Em 15 dias, a paciente fará a mamografia, o ultrassom, a biópsia e, em caso de necessidade, será encaminhada para a cirurgia”, diz Regina. Hoje, o processo chega a durar 40 dias. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;