Política Titulo Segundo revista
Marinho recebeu propina por caças, publica revista

IstoÉ diz que MPF e PF analisam indícios
de que Saab pagou prefeito e filho de Lula

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/06/2016 | 07:00
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Divulgação:


O MPF (Ministério Público Federal) e a PF (Polícia Federal) avançaram na investigação e têm elementos que ligam o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em irregularidades na compra de 36 caças Gripen, da Saab, por parte do governo federal. O acordo, selado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em outubro de 2014, envolveu US$ 5,4 bilhões, mas, para o MPF e a PF, há indícios de superfaturamento na ordem de US$ 900 milhões.

As informações foram divulgadas pela revista IstoÉ. A publicação apontou que dados provenientes da quebra de sigilo bancário da LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio, indicaram movimentação irregular de R$ 4,6 milhões. Os documentos apresentam ainda que a LFT recebeu R$ 10 milhões dos lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, presos pela Operação Zelotes acusados de integrar grupo que comprava medidas provisórias no governo federal.

Marinho foi o maior defensor da compra dos caças Gripen. À época, o grupo sueco era azarão no processo seletivo, que tinha também a francesa Dassault, dos caças Rafale (preferida de Lula), e a norte-americana Boeing, que produzia o F-18 (escolha do Ministério da Defesa). De acordo com a revista, MPF e PF estão certos de que Marinho teve interferência na aquisição dos caças, usou sua influência política junto a Lula – ele é o afilhado político do ex-presidente – para favorecer a Saab e também articulou propina endereçada a Luís Cláudio e a ele próprio.

O próximo passo da investigação do MPF e da PF será o rastreamento completo dos R$ 10 milhões de Marcondes e Cristina Mautoni para a empresa do filho caçula de Lula. “Num confronto preliminar feito com os documentos apreendidos no escritório dos lobistas, os investigadores encontraram indícios de que a empresa possa ter sido usada para receber as propinas e que parte do dinheiro possa ter sido repassada a Luiz Marinho”, afirma a IstoÉ.

Marinho, que voou nos caças Gripen em 2010 – já como prefeito de São Bernardo e sem conhecimento técnico da área –, negou anteriormente que tenha agido ilicitamente a favor das aeronaves da Saab. Ele disse que o interesse era que a empresa sueca efetuasse promessa de construção de polo de defesa em São Bernardo, o que se concretizou.

Procurado ontem pelo Diário, Marinho afirmou que não comenta reportagens veiculadas pela IstoÉ.




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