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Cartão é o principal meio de pagamento entre os paulistanos
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
30/08/2008 | 07:11
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Fernando Dantas/DGABC


O cartão de crédito tem sido o principal instrumento na hora de parcelar o pagamento de contas, sendo utilizado por 54% dos consumidores paulistanos, segundo pesquisa encomendada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) neste mês.

O estudo, que mapeou o consumo de produtos financeiros e de crédito, apontou que o índice de utilização do cartão é maior até mesmo do que a compra feita por meio do carnê de crediário, que corresponde a 45% da população, principalmente, nas classes C e D.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) Valter Moura explica que esse comportamento também se reflete no Grande ABC. "O resultado de não ter planejamento financeiro e fazer compras sucessivas com o cartão de crédito é o endividamento. Os consumidores olham o valor da parcela mensal e compram o produto, mas nunca calculam o quanto de juros estão pagando e o prazo em que essa conta esta sendo dividida."

Para o coordenador do Observatório Econômico da Prefeitura de Santo André, Antônio Carlos Schifino, esse cenário é decorrente da popularização do crédito a todas as classes sociais.

Alguns cartões de crédito chegam a cobrar até 300% de juros, ao ano. "Não é como o carnê que possue prestações e juros fixos, onde o cliente pode negociar o pagamento", completa Schifino.

Inadimplência - A pesquisa, que ouviu 1.007 pessoas, apontou que 31% dos entrevistados atrasam o pagamento de suas contas em até 30 dias. A maioria dos entrevistados que devem mensalidades de carnê crediário (72%) pretende quitar os débitos nos próximos três meses.

Dentre os que financiaram suas aquisições, 70% não souberam dizer quais taxas de juros foram cobradas. Dos restantes que sabem (30%) quanto pagam para parcelar suas compras, apenas 35% foram bem orientados e leram detalhadamente os contratos de financiamento; 59% não o fizeram e 6% disseram que foram orientados, mas não assinaram nenhum contrato.

Segundo o economista da ACSP, Marcel Solimeo, esses dados traçam o cenário do comportamento sócio-familiar: nota-se que são privilegiados os pagamentos de produtos e serviços vitais para a família, como água, luz, alimentos e aluguel, além de financiamentos (3%), educação (3%), telefone fixo (3%), empréstimos (3%), planos de saúde (2%), cartão de crédito (2%), condomínio (1%) e telefone celular (1%).




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