Economia Titulo Apagão
Cresce procura por itens contra apagão
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/11/2009 | 07:09
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O blecaute que ocorreu simultaneamente em 18 Estados há duas semanas e a falta de luz que tem ocorrido por conta de temporais nos últimos dias em São Paulo e no Rio de Janeiro acenderam a procura de pessoas e empresas por formas de minimizar os problemas decorrentes dos apagões.

Especialistas atestam que aumentam os riscos de queima de aparelhos pouco antes da falta da luz - quando normalmente há oscilações da corrente - e quando a eletricidade é restabelecida (quando costuma haver sobrecarga).

Fabricantes e revendedores de equipamentos destinados a reduzir prejuízos com essas ocorrências (caso dos nobreaks e estabilizadores) atestam que, nesses dias, cresceu o interesse por esses itens.

O gerente de marketing da distribuidora Agis, Bruno Coelho, assinala que dispararam sobretudo as consultas de clientes que buscam se informar sobre os produtos mais recomendados. O comerciante Silvano Andrade, da loja Summer Soluções, atesta ligeiro crescimento, da ordem de 3%, nas vendas de nobreaks neste mês. "Mas surgiram muitos pedidos de orçamentos", destaca.

APLICAÇÕES
Segundo o assessor da área de energia da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica), Roberto Barbieri, os estabilizadores são indicados para evitar as sobretensões que ocorrem quando a energia se restabelece.

Por sua vez, os nobreaks têm a vantagem adicional de manter o computador ligado por alguns minutos em seguida ao apagão, para evitar o risco de perda de arquivos, explica a gerente de marketing da fabricante SMS, Gisella Magni.

Ela afirma que a precaução compensa, já que nem sempre as pessoas lembram de desligar o eletrodoméstico da tomada. Dessa forma, pode valer a pena investir R$ 200 para não perder a TV de LCD de mais de R$ 2.000. Sediada em Diadema, a SMS produz desde nobreaks pequenos, para residências (de 0,6 KVA) até os de 300 KVA, para empresas.

Barbieri acrescenta que, quando há temporais, um raio também pode provocar surtos de tensão. Para isso, ele aconselha o uso do DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos).

A questão é mais delicada, segundo o professor Alexandre Rocco, de Engenharia Elétrica da FEI, em indústrias em que o processo produtivo é contínuo, ou em hospitais e restaurantes, em que o blecaute pode causar perdas significativas.

Nestes casos, o aconselhado são grupos motogeradores, que exigem investimento elevado (pode chegar a centenas de milhares de reais) e manutenção periódica, mas geram energia própria para as empresas por várias horas.

Blecaute serve de alerta para empresário

Para o empresário Zoilo de Assis Júnior, o apagão que ocorreu há dez anos (em 1999) foi um alerta para a necessidade de proteger os dados de seu escritório, a Atlanta Contábil, de Santo André.

Ele explica que, desde essa época, tem seus computadores ligados em rede a servidores que são conectados a nobreaks. "Existindo falhas de energia, o sistema fica ligado por uma hora", afirma. Esse tempo, segundo Assis Júnior, é suficiente para fazer backup dos dados e desligar corretamente os computadores sem a perda de informações.

Em outras atividades, apenas uma hora pode ser pouco. É o caso do restaurante São Judas Tadeu, que tem um motogerador próprio. "Por ser uma casa grande, temos gerador de 450 KVA, que é acionado automoticamente se cair a força", afirmou o gerente de marketing do grupo Demarchi, Laerte Demarchi Júnior. A questão é importante, já que o estabelecimento, que costuma receber em dezembro 55 mil clientes, não pode cogitar de ficar sem luz.




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