A novela que coloca Pablo Escobar como personagem central de uma provável transferência para o Santo André apresentou ontem outro capítulo imprevisível. O presidente Ronan Maria Pinto recepcionou o meia-atacante da seleção boliviana e os representantes do jogador, mas o acerto continua na dependência de o The Strongest enviar o documento relativo ao possível empréstimo sem ônus financeiro, como havia prometido anteriormente o empresário Luiz Taveira.

"Discutimos as bases financeiras e deixamos tudo encaminhado, mas não podemos oficializar nada sem que o clube do atleta nos mande a liberação para que possamos utilizá-lo na próxima temporada", esclareceu Ronan.

Depois de atuar no Ipatinga - rebaixado à Série B - Pablo Escobar se desligou da equipe mineira, que não pagou os US$ 150 mil cobrados pelo The Strongest. "Agora, quero defender o Santo André. Me mostraram um projeto que me deixou encantado", afirmou. "Isso é recíproco. O Pablo é um profissional diferenciado e uma pessoa exemplar, que te passa confiança. Ele revelou muita ética ao explicar os motivos que o levam a não antecipar as coisas", comentou Ronan na presença do vice Romualdo Magro Júnior, do diretor Müller e do supervisor Juraci Catarino.

A derrota do ex-presidente do The Strongest, Jorge Pacheco, que saiu do cargo nas eleições de domingo, truncou as negociações. O sucessor Sergio Asbun avisou ontem que o Santo André precisará procurá-lo diretamente. Segundo o jornal La Razón, Asbun não admite emprestar Pablo Escobar de graça. "Vou lá e resolvo tudo isso", prometeu Taveira, que estará em La Paz na sexta-feira para uma reunião decisiva.