Felipão concedeu entrevista coletiva antes de saber da lesão na terceira vértebra lombar que deve tirar Neymar da Copa do Mundo. Mesmo assim, o treinador lamentou a complacência da arbitragem que, segundo o treinador, não conseguiu coibir a violência no jogo contra a Colômbia, ontem, no Castelão.

“Nem cartão amarelo, nada? Todos sabem que o Neymar ia ser caçado. Há três jogos isso acontece e a gente vem falando sempre”, comentou. O técnico cobrou punição ao lateral-direito colombiano Zuñiga, que deu a entrada dura no brasileiro. “O Thiago Silva que vem passando pelo goleiro e leva um cartão amarelo? Não dá pra entender certas coisas que acontecem”, esbravejou o treinador, que já imaginava não poder contar com o atacante contra Alemanha.

Sobre o jogo, Felipão lamentou que as oportunidades criadas durante o primeiro tempo não terminaram em gols. “Não tivemos desgaste pelo jogo contra o Chile, porque nosso trabalho de recuperação foi ótimo. Acho até que se finalizássemos melhor no primeiro tempo... Chegamos umas duas ou três vezes com o Hulk, o goleiro deles também fez umas duas defesas. Se tivéssemos feito o segundo gol naquela oportunidade, teríamos mais tranquilidade”, comentou Felipão.

O treinador disse ser normal a pressão sofrida nos instantes finais da partida. “Sofremos o nosso gol em uma jogada em que estávamos com a bola e perdemos. Quando tomamos, isso gerou, claro, tensão momentânea, avalanche em cima da nossa equipe. A Colômbia já tinha três atacantes e colocou mais um. O James Rodríguez ficava flutuando, quando percebemos que o Paulinho já estava esgotado. Nossos jogadores de frente se expuseram muitas vezes, correram um pouco mais do que o normal”, avaliou o técnico.

Além de Neymar, Felipão terá outro problema para escalar a equipe contra a Alemanha, na semifinal, terça-feira, às 17h, em Belo Horizonte. O zagueiro e capitão Thiago Silva recebeu o segundo cartão amarelo e está suspenso. Dante é o substituto mais provável, porém Henrique aparece como opção.

Pékerman lamenta resultado, mas elogia postura da Colômbia

O técnico da Colômbia, o argentino José Pékerman, era mistura de decepção pelo resultado negativo contra o Brasil e orgulho pela campanha histórica dos colombianos, que voltaram a disputar a Copa do Mundo após 16 anos e alcançaram as quartas de final.

De cabeça fria, na entrevista coletiva, o treinador analisou a derrota para a Seleção Brasileira em Fortaleza. “Tivemos a ilusão de poder ganhar este jogo. Mesmo sabendo que o Brasil seria um rival duro, não poderíamos deixar de sonhar em ganhar. São partidas decisivas e um erro pode te eliminar. Os dois times tinham armas para poder ganhar o jogo, o Brasil acertou em duas bolas paradas e isso não havia nos acontecido em outros jogos”, comentou. “Sobre o que fez a Colômbia no Mundial: depois de estar muito tempo ausente, penso que este time fez muito, que se valorize o futebol da Colômbia por mostrar jogadores talentosos e porque competiu sempre com espírito importante.”

O treinador lamentou profundamente pelo atacante James Rodríguez, artilheiro da Copa com seis gols, que não poderá dar sequência às atividades. “O trabalho dele no Mundial foi excelente. É um jogador excepcional, que tem um talento enorme e que tem ambições. Fez o melhor em uma partida dura, e essa eliminação tira um dos melhores jogadores do Mundial. Sonha em continuar, seguir demonstrando o que pode fazer. Vai demonstrar no futuro que pode ser um dos melhores”, garantiu Pékerman.