Cirurgias e tratamentos com hormônios não são mais as únicas saídas para mulheres com tumores císticos de ovário.

Um estudo inédito no mundo realizado pela ginecologista e obstetra Lúcia Helena Chnee, da USP (Universidade de São Paulo) comprova que os cistos podem ser eliminados com a técnica de punção.

O procedimento consiste na aspiração do conteúdo do nódulo por meio de uma agulha. A intervenção demora em média dez minutos.

Hoje, não existe na literatura médica a recomendação da punção.

Segundo a especialista, o sucesso do tratamento está relacionado à junção da punção ao prévio tratamento clínico das pacientes.

“É preciso que a mulher passe por tratamentos no sentido de alcançar o equilíbrio endócrino e de outras disfunções”, explicou Lúcia Helena Chnee.

De acordo com a ginecologista, alguns tumores estão relacionados a distúrbios endócrinos. Entretanto, uma série de outros cistos ainda não têm causa comprovada.

Não há estatísticas oficiais que demonstrem a quantidade de mulheres que sofrem com tumores císticos de ovário.

Para realizar o trabalho, a médica acompanhou 71 pacientes do Hospital das Clínicas por três anos, de 2003 a 2006.

Desse grupo, 73,2% responderam bem ao tratamento de punção. Somente 7% delas tiveram de recorrer à intervenção cirúrgica.

O estudo demonstrou que 19,8% das pacientes tratadas pela punção não responderam plenamente e necessitaram de cirurgia.

O método da punção não é viável para todos os tipos de tumores ovarianos. O tratamento é adequado para mulheres com tumores císticos benignos de 5cm a 10 cm de diâmetro.

Diferentemente das cirurgias, a recuperação depois da punção é imediata. Além disso, o tratamento é até dez vezes mais barato.

A tese de Lúcia Helena Chnee, defendida pela Faculdade de Medicina da USP, será publicada nos Estados Unidos.