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Testemunho é coisa séria

O deputado federal Vicentinho e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ambos do PT paulista, já foram garotos-propaganda

Carlos Brickmann
11/11/2009 | 00:00
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O deputado federal Vicentinho e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, ambos do PT paulista, já foram garotos-propaganda da Uniban, aquela que expulsou e desexpulsou uma aluna pelo hediondo crime de usar vestido acima do joelho. Tudo bem: quando falaram, não sabiam o que poderia ocorrer no futuro (Vicentinho até fez Direito lá, embora ao mesmo tempo trabalhasse em Brasília). Só que o futuro chegou e é feio. Não se trata apenas da cafajestada de bando de idiotas que tentou agredir a colega por discordar das roupas que usava (poucos dias depois, na Marcha para Jesus, parada religiosa promovida por evangélicos havia moças com trajes bem mais ousados). Nem se trata apenas do preconceito demonstrado pela Uniban, que preferiu colocar a culpa na vítima e isentar os degenerados que não toleram ver um centímetro sequer de coxas femininas. Trata-se, principalmente, da atitude acadêmica. 1 - Quem decidiu expulsar a jovem foi o Conselho Universitário, máxima instância da entidade. 2 - Diante da má repercussão do fato, o reitor, como se Aloizio Mercadante fosse, revogou a irrevogável decisão da máxima instância da entidade. Inverteram-se as instâncias universitárias. Quem, de boa-fé, testemunhou em favor da Uniban, deve manifestar-se agora. Eles não são artistas, nem atletas: são políticos e representam a população. Marinho, como prefeito, e Vicentinho, deputado, podem até aprovar o que aconteceu. Mas têm de dizer a que vieram. A imagem mostra tudo. Quem quiser conhecer o Magnífico Reitor Professor Doutor Heitor, da Uniban, clique http://www.brickmann.com.br/artigos.php, no nome Heitor Pinto Filho. Fica tudo explicado.

TRABALHO PARLAMENTAR 1
Grande número de deputados federais vai toda quinta à Câmara, aberta excepcionalmente a partir das 7h. Assinam o ponto, vão embora e recebem como se tivessem trabalhado. Tanto o corregedor ACM Neto (DEM) quanto o procurador Sérgio Barradas Carneiro (PT), ambos da Bahia, dizem que é tudo regular, muito normal. Afinal, na quarta seguinte todos estão de volta.

TRABALHO PARLAMENTAR 2
O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) está entre os que ficam até mais tarde. E passa o tempo tentando conseguir mais seguidores para seu Twitter, com frases como "Será que chegamos a 1.000 seguidores hoje? Quem quer me ajudar?" Outra frase: "Obrigado, seguidores. Agora somos 1.000 brasileiros que creem no socialismo e numa esquerda atuante e transformadora". E faz questão de inscrever-se naquele cordão que cada vez aumenta mais. "O brasileiro hoje tem orgulho de ser brasileiro e sabe que o seu presidente é reconhecido como grande líder mundial".

O FEROZ BELLUZZO
Para perder a liderança do Campeonato Brasileiro, dos últimos 21 pontos que disputou, o Palmeiras só ganhou cinco. Mas seu presidente, Luiz Gonzaga Belluzzo, põe a culpa toda no juiz que anulou (segundo ele, erradamente) gol contra o Fluminense. Belluzzo pode achar que a estagnação de seu time se resume a esta falha. Mas não pode ameaçar agredir o juiz da Fifa Carlos Eugênio Simon. "Se encontrá-lo na rua, dou uns tapas no vagabundo", disse Belluzzo. Mas: 1 - Presidente precisa ter compostura. Especialmente numa época em que torcidas organizadas até marcam brigas, não pode defender o desforço físico. 2 - Se agredir Simon, 34 anos mais novo e fisicamente preparado, estará arriscado a apanhar muito. E, afinal de contas, é apenas futebol. Ou não é?


SHOW DE IMPRENSA
Amanhã é dia de jornalismo explícito no STF: está marcado o reinício do julgamento de Césare Battisti, acusado de quatro homicídios pelo governo italiano, que solicita sua extradição. Trinta cadeiras já foram reservadas para a imprensa. Battisti está perdendo por 4x3. Se perder, cria-se situação interessante, com choque de competências: o Executivo concedeu-lhe o asilo, o Supremo concederá a extradição. Se ganhar, será solto em seguida.

SENADOR SEM VOTO
Acir Gurgacz, do PDT de Roraima, assume a vaga do senador Expedito Filho (PSDB), cujo mandato foi cassado pelo Supremo. Com a posse de Gurgacz, o número de suplentes que não tiveram sequer um voto chega a 20 - praticamente um quarto do total de 81 senadores. Mas a posse dos que não tiveram votos não é o pior. O pior é que alguns outros tiveram.




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