O Senado está vetando a cobertura jornalística de Alceu Luís Castilho, correspondente dos 16 jornais paulistas, afiliados à APJ (Associação Paulista de Jornais), entre eles o Diário. Por duas vezes funcionários garantiram que seria feita a liberação, mas houve indeferimento por motivos não explicados pela Secretaria de Comunicação Social do Senado.

O correspondente Alceu Luís Castilho está desde setembro de 2005 em Brasília como representante da APJ. O pedido de renovação da credencial, que venceu em março, foi feito antes do Carnaval, com toda a documentação solicitada. Semanas depois, veio a informação de que fora indeferido. Após contato com a Secretaria de Comunicação Social, houve a garantia de que o processo seria reaberto.

Terça-feira, por telefonema, Castilho foi informado de que o fora novamente indeferido. O motivo seria o fato de que foram anexadas ao processo reproduções de reportagens em 2006. Faltavam as deste ano, o que foi feito. Mas a resposta foi a mesma: indeferido. “Mas por quê?”, foi a pergunta repetida várias vezes.

A funcionária identificada como Marli não gostou das perguntas insistentes e, segundo ela, chamou a polícia do Senado. O jornalista foi “convidado” a prestar um depoimento. Após esclarecimentos na delegacia do Senado, o delegado Everaldo Bosco Rosa o liberou.

A reportagem procurou Renan Calheiros, presidente do Senado, para falar tanto do veto a um correspondente de 16 veículos paulistas, como sobre a prática de abuso de autoridade por parte dos policiais e das funcionárias da Pasta – na prática, com poder de polícia sobre qualquer um que questione as decisões tomadas. E os jornais da APJ continuam sem sua credencial.