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Ciretran de S.Bernardo faz novo 'aperto' em pátio
Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
12/11/2004 | 12:22
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O diretor da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de São Bernardo, Carlos Roberto de Campos, apertou um pouco mais os carros apreendidos no pátio da cidade, no bairro dos Casa. Com isso, ele conseguiu sete vagas além das 20 previstas inicialmente para desafogar as ruas próximas das delegacias, onde os veículos apreendidos na cidade pela polícia ficam estacionados. Os sete carros a mais saíram das redondezas do 2º DP, em Rudge Ramos. De lá, inicialmente, deveriam sair apenas dez veículos e, até quinta à tarde, 17 tinham sido transferidos para o único pátio de São Bernardo.

O privilégio concedido ao 2º DP causou ciúme na direção do 3º DP da cidade, no bairro Assunção. “Agora, eu também quero desencalhar pelo menos 17 veículos daqui”, disse o delegado titular, Frederico Prouse. A Ciretran havia feito a mesma promessa à delegacia do bairro Assunção, de levar dali dez carros. “Bom, nesse caso, vou verificar se apertamos o pátio um tanto a mais”, respondeu Campos, diretor da Ciretran, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês. Ele afirma que é complicado espremer o pátio porque depois fica difícil tirá-los de lá.

Até o fim da tarde desta quinta, apenas seis carros haviam sido removidos das proximidades do 3º DP. “Mas temos uma garantia documentada de que levarão os dez veículos conforme o acordo”, afirmou o delegado Prouse. As vias no entorno do 2º DP e do 3º DP de São Bernardo são as mais prejudicadas com os carros apreendidos pela polícia, que não conseguem lugar no pátio da cidade, lotado com 2 mil veículos. Por isso, ficam abandonados nas ruas próximas das delegacias à espera de transferência ou de outra solução – o proprietário pode retirá-lo ou a seguradora, por exemplo.

A medida paliativa do diretor da Ciretran, Campos, de retirar os carros das ruas ocorreu após denúncia do Diário, na terça-feira. Os que mais sofrem com os veículos espalhados são os moradores vizinhos aos sete DPs da cidade. Além de ocuparem vagas das ruas, muitas vezes são estacionados em cima das calçadas. O problema é crônico nas sete delegacias da cidade há cerca de seis anos.

O administrador aposentado Renato Rigato, 57 anos, teve um problema mais sério do que um simples incômodo. Ele mora na rua Argia, paralela à avenida João Firmino, onde fica o 3º DP. Há seis meses, a rua de sua casa começou a ser invadida com os carros apreendidos. Por isso, Rigato perdeu o inquilino que alugava o salão comercial em frente à sua casa.

As remoções animaram o aposentado. Porém, a animação durou pouco. Nesta quinta, após a retirada, a polícia a-preendeu uma carreta, que foi estacionada em frente da delegacia. Resultado: os carros que estavam em frente do DP migraram, de novo, para a porta da casa de Rigato.

“Isso parece brincadeira”, comentou furioso. A polícia disse que a carreta deve ser liberada nos próximos dias e que os carros encalhados na rua de Rigato serão os próximos a ir para o pátio.

Solução – O diretor da Ciretran diz que só em um mês terá um levantamento detalhado das condições de todos os carros do pátio. Só então diz que poderá avaliar quais poderão ir a leilão ou não. No entanto, ele afirma de antemão que a maioria tem pendências judiciais – geralmente inquéritos policiais ou com documentação irregular –, condições que o impedem de leiloar o veículo.

Carlos Roberto de Campos promete começar a resolver o problema da falta de espaço daqui a um mês e acredita que a situação deva melhorar, de fato, daqui a seis meses. Prefeitura e Estado têm projetos de criação de dois novos pátios na cidade, mas nenhum deles saiu ainda do plano das idéias.




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