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Preço do gás vai cair para indústrias e consumidores
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/05/2009 | 07:10
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O preço do gás canalizado vai cair para consumidores e empresas da Região Metropolitana. A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) comunicou ontem os índices de redução das tarifas da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), que entrarão em vigor a partir de amanhã.

Haverá diminuição no valor cobrado pela concessionária para diversos segmentos: no caso do uso residencial, a queda média será de 10%; na venda de GNV (Gás Natural Veicular) para os postos de combustíveis, o índice será de 16%; e para indústrias, os benefícios serão maiores (de 17,9% a 28,59%).

Para residências abastecidas pela Comgás, as reduções serão mais elevadas para as que têm tarifa mínima mensal obrigatória de R$ 15,18 (sem consumo) e R$ 16,51 (1 m³), que passarão, em ambos os casos, ao valor de R$ 6,14 (o que significa, respectivamente, retração de 59% e 62%.

Para os veículos, o preço final nos postos não é regulado pela Arsesp. A expectativa da agência reguladora é de que haja repasse da ordem de 9% para quem abastece com o GNV.

As indústrias terão redução que varia de acordo com a faixa de consumo. Os pequenos usuários, com consumo de 10 mil m³ por mês, terão redução de 28,59%. Os grandes (de 500 mil a 10 milhões de m³ terão tarifa de 17,9% a 18,3% menores.

FOI POUCO
A avaliação entre empresários da indústria e proprietários de postos do Grande ABC é de que as reduções foram pequenas, após altas de mais de 50% desde o início de 2008.

A fabricante de telhas de vidro Ibravir, de São Bernardo, consome mais de 100 mil m³. Para o sócio, Paulo Simões, se a diminuição for de 18%, será insuficiente, já que houve alta de 58% ao longo do ano passado. "Não estamos conseguindo pagar a conta (cerca de R$ 140 mil por mês)", afirmou o empresário, que pretende passar a usar óleo combustível nos fornos da fábrica.

Outra indústria, a Brasóxidos, de Mauá, que tem consumo de 120 mil m³, passou a adotar o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) a partir do fim do ano. "Meu contrato com a Comgás venceu no fim do ano e a Comgás aumentou 50%, por causa da retirada de descontos", afirmou o diretor, Pedro Nazari. Para ele, só compensará voltar a usar o produto da Comgás se o benefício for superior a 30%.

Proprietários de postos de combustíveis da região também se mantêm desestimulados a continuar com o gás, mesmo com a redução. Eugênio Bianchi, do Autoposto Gravatinha, de Santo André, afirmou que deixará de vender o combustível a partir da próxima semana.

O comerciante citou que paga R$ 9 mil por mês de energia elétrica apenas por causa dos compressores que levam o GNV da tubulação da concessionária para as bombas. Atualmente, ele vende o produto a R$ 1,69 o m³ e paga para a companhia estadual R$ 1,45, o que lhe dá uma diferença de R$ 0,24. Ele comercializa 41 mil m³ por mês. "Está me dando prejuízo", explicou.




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