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Encerrada primeira fase da CPI da Craisa
Por Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
17/06/2006 | 12:23
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Metade do caminho já foi trilhado pela CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). Na última terça-feira, encerrou-se, juntamente com a primeira etapa de depoimentos, o prazo de 45 dias iniciais para a comissão apurar os indícios de irregularidades no processo licitatório para transporte de merenda, vencido pela empresa mauaense Gib Locações. Os vereadores se utilizaram de um expediente já esperado para dar continuidade aos trabalhos: prorrogar o prazo por mais 45 dias.

Até o momento, porém, os membros da CPI – especialmente os da base aliada ao prefeito João Avamileno (PT) – acreditam ainda ser precipitado tirar qualquer conclusão a respeito. “Muitos documentos solicitados aos depoentes estão chegando, e eles são de suma importância para o processo. Não podemos nos basear apenas nos depoimentos. A análise documental é tão importante quanto a das declarações”, avalia o relator José Ricardo (PSB).

A presidente Heleni de Paiva (PT) é outra que prefere fazer uma nova varredura na documentação que consta da investigação antes de opiniar. Porém, ela arrisca um palpite: “Analisando o caso como advogada, minha avaliação é que eles terão de fazer força para achar alguma coisa”, diz ela, referindo-se aos que acreditam haver algo irregular na licitação.

No caminho inverso, alguns oposicionistas dizem já ter uma opinião definida após treze depoimentos colhidos. Para eles, o principal problema ainda não explicado diz respeito aos atestados técnicos emitidos pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e pela Accelerate Viagens e Turismo Ltda, que capacitaram a Gib a participar dos pregões.

“Existem algumas distorções. As empresas em Mauá são interligadas e os atestados foram dados para a Gib pela amizade e pelo serviço que a empresa prestava graciosamente para a Apae. A gente sente ainda que há algum acordo entre as empresas (participantes da licitação para beneficiar a vencedora)”, analisa Carlos Raposo (PV).

O vereador Aidan Ravin (PPS) segue a mesma linha de raciocínio. “A Gib apresentou dois atestados que não são técnicos, e nem sabemos se são verdadeiros, para participar da licitação. Portanto, temos de pedir o cancelamento do pregão”, acredita.

Paulinho Serra (PSDB) afirma que a CPI está tentando focar-se apenas na apuração técnica dos fatos, deixando de lado, por enquanto, a questão política. “Na parte técnica, as peças fundamentais são os emissores dos atestados. Não tem outra coisa. A questão dos atestados ainda não ficou esclarecida. Temos de conferir a documentação e cruzar com os depoimentos. É possível até que tenhamos de repetir alguns interrogatórios”, avalia o tucano.




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