A nova febre carioca está aterrissando em São Paulo. Por enquanto, o kit Bope só é encontrado em um site de leilões pela internet.

As roupas são as mesmas utilizadas no filme Tropa de Elite, que estréia nesta sexta-feira nos cinemas, revelando bastidores da polícia no Rio.

Vem com boina, calça e blusa pretas, com o emblema do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar carioca.

A farda é oferecida por um comerciante do Rio e sai por R$ 230. Nas ruas, tem lojista se apressando para aproveitar o filão.

Segundo Edna Parpinelli, 57 anos, dona de uma loja de moda militar no Centro de Santo André, clientes perguntam sobre o kit. “Todos os dias vem gente querendo saber se temos a roupa. A maioria quer usá-la em festas à fantasia”, afirma a comerciante.

Edna diz estar em contato com seu fornecedor para que ele desenvolva produtos semelhantes aos utilizados pelo Batalhão. “Igual não pode ser. O pessoal não deixa.”

A preocupação é legítima. No Rio, criminosos têm usado fardas em assaltos. Eles se aproveitam do elemento surpresa. Armam falsas blitze e anunciam o roubo, sem levantar suspeitas de curiosos.

Outra preocupação no Rio de Janeiro é de que civis fardados sejam confundidos com policiais e mortos por criminosos. Só em São Paulo, 15 policiais, civis e militares, foram mortos de janeiro a junho deste ano quando estavam de serviço.

Apesar dos riscos, a migração da moda do kit Bope para São Paulo não preocupa a Secretaria de Segurança Pública. Segundo a pasta, a venda de fardas e acessórios militares é permitida, mesmo para civis.