Política Titulo Na fase verde
São Bernardo banca reabertura da Cidade da Criança

Governo diz que retomada está condicionada à ida para fase
verde do Plano S.Paulo; permissionário atual rompeu contrato

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
28/08/2020 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo, comandada por Orlando Morando (PSDB), bancou a continuidade da Cidade da Criança um dia após empresa que fez gestão do espaço nos últimos dez anos, a Expoaqua, anunciar a desistência de administrar o parque temático já que, devido à pandemia do novo coronavírus, o equipamento permaneceria fechado. O governo tucano também assegurou que assim que a cidade migrar para a Fase 4 (verde) do Plano São Paulo, de retomada da economia no Estado, o equipamento será autorizado a abrir suas portas.

Na noite de quarta-feira, a Expoaqua, em comunicado nas redes sociais, informou que iria romper o contrato com a Prefeitura de São Bernardo, vigente a título precário (via decretos) desde 2010. Anael Fahel, diretor da empresa, argumentou que ficou inviável a operação após cinco meses fechado e sem perspectiva de reabertura.

Com objetivo de colocar fim à especulação sobre fechamento completo da Cidade da Criança, primeiro parque temático do Brasil e um dos cartões-postais de São Bernardo, Morando gravou vídeo e encaminhou nota à imprensa para assegurar que essa possibilidade estava completamente descartada.

Morando alegou que, por estar na Fase 3 (amarela) do Plano São Paulo, o município não tem aval do governo paulista para retomar as atividades de parques temáticos, como o Estoril e o da Juventude.

“A Cidade da Criança é patrimônio histórico de São Bernardo. Eu brinquei quando criança, meus filhos (Orlandinho e Antonella) brincam e voltarão a brincar lá, assim como os demais filhos e crianças da nossa cidade”, disse o tucano. “Querer abrir a Cidade da Criança e não abrir as escolas seria tremenda incoerência”, emendou. Em São Bernardo, as aulas presenciais estão suspensas pelo menos até o fim de setembro – há chance de o ano letivo ser virtual até dezembro.

O governo de São Bernardo alegou ainda que uma empresa manifestou interesse em assumir a Cidade da Criança, mas o nome só será revelado quando a proposta for oficializada. Antes da pandemia, estava em curso processo de privatização do espaço, com concessão à iniciativa privada por até 20 anos. Em março, a empresa Closer Soluções Empresariais, de São Caetano, havia proposto pagar R$ 32 milhões (sendo R$ 5 milhões de outorga fixa e R$ 28,8 milhões de outorga variável) pelo contrato. Mas o acordo não foi homologado.

Ainda no vídeo, Morando disse que vai discutir com o futuro permissionário – “esse que aí está (a Expoaqua) ou outro interessado” – a preferência de contratação dos atuais funcionários. São 129 no total. Parte deles participou de manifestação, que saiu em frente ao parque, localizado na Rua Tasman, no Jardim do Mar, e marchou rumo ao Paço, no Centro.

Após a manifestação, comissão de colaboradores foi recebida pelos secretários de Segurança Pública, Aparecido Chaves de Souza, e de Governo, Júlia Benício. A vereadora Ana Nice (PT) também participou da reunião e disse que a administração não propôs nada de maneira oficial. “Sugeri que o prefeito Orlando Morando sentasse com a comissão e com a empresa que administra o parque para que buscasse, em conjunto, uma saída”, afirmou.

“A Prefeitura nos disse que garantiria nossos empregos, mas não nos deu nenhum papel formalizando isso. A Prefeitura nos disse que ainda não há previsão de quando poderá reabrir o parque. Já são cinco meses de parque fechado, nosso patrão não está conseguindo pagar nossos salários”, declarou Ana Maria Souza, uma das funcionárias que fizeram parte da comissão.

Ontem, a Expoaqua enviou novo comunicado, mas com teor semelhante: enaltecendo os dez anos de parceria em São Bernardo, os investimentos feitos nos brinquedos e dizendo que a gestão voltaria para os cuidados da Prefeitura.  




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