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Reflexos da decisão de Doria na região
Por Raphael Rocha
28/05/2020 | 00:01
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A decisão do governo do Estado de alijar o Grande ABC da lista de locais que podem reabrir, mesmo que parcialmente, a atividade comercial revoltou os prefeitos da região e só ampliou a antipatia dos políticos daqui com o governador João Doria (PSDB). A reunião extraordinária feita no Consórcio Intermunicipal foi pautada em críticas à atuação de Doria, que restringiu o Grande ABC, mas liberou a Capital. Até mesmo figuras que sempre estiveram próximas do tucano se mostraram contrariadas com a medida de ontem. Houve prefeito que reforçou a tese de que Doria trata um assunto sério, como os passos adiante depois da quarentena para conter o novo coronavírus, de forma estritamente política – a Capital é gerida pelo aliado Bruno Covas (PSDB), enquanto a região, na eleição de 2018, em sua maioria queria a continuidade da gestão de Márcio França (PSB), seu adversário naquele pleito e potencial rival de Bruno Covas na eleição municipal deste ano.

BASTIDORES

Divisão
A crítica à atuação do governador João Doria (PSDB) sobre a flexibilização da quarentena apenas na Capital foi uma das raras pautas de consenso entre os prefeitos no encontro de ontem. Afrouxar as regras de isolamento físico segue dividindo os chefes de Executivo: parte defende reabrir o comércio, outra não descarta até o endurecimento das regras em vigência. O debate envolveu até a possibilidade de a Capital precisar retornar ao isolamento acentuado depois dessa retomada autorizada. Houve também discussão sobre auxílio a três cidades consideradas em maior grau de vulnerabilidade do coronavírus: Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra.

Luto
Secretário de Cultura em parte do mandato do ex-prefeito Luiz Marinho (PT) em São Bernardo, Leopoldo Nunes morreu na terça-feira, vítima de hemorragia estomacal – sofria de crises hepáticas. Ele tinha 54 anos. Nunes trabalhou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando o ministro da Cultura era Gilberto Gil. Também diretor da Ancine (Agência Nacional de Cinema) e diretor de conteúdo e programação da TV Brasil. Ele era cineasta e criou cinco curtas-metragens: A Idade do Lixo, O Profeta das Cores, O Argonauta Alemão, Erra Uma Vez e A Lata, além do longa-metragem O Profeta das Águas.

Covid e câncer
Pré-candidato a vereador pelo PSDB de São Bernardo, o advogado Luiz Henrique Watanabe causou polêmica nas redes sociais por um comentário feito sobre o uso da cloroquina para tratamento da Covid-19. “Ainda não vi ninguém que seja contra a cloroquina dizer que quem está com câncer não deveria fazer quimioterapia porque não tem comprovação de que irá funcionar e que tem efeitos colaterais.” Os dizeres foram elogiados por quem o segue nas redes sociais, mas criticados por parlamentares do município.

Futura oposição
O vereador José Wilson Ferreira Silva, o Melão (Cidadania), não tem escondido o descontentamento com o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) e, na bolsa de apostas dos bastidores da Câmara, deve ser o mais novo integrante da bancada de oposição. Recentemente a gestão exonerou alguns de seus indicados no Paço, ampliando a crise entre as partes.

Paternidade – 1

A paternidade da defesa da reabertura da economia em São Caetano virou alvo de disputa na cidade. De um lado está Rodrigo Sodré, pré-candidato a vereador pelo Avante. Do outro, Walter Estevam Junior (Republicanos), ex-presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano), que se coloca como um dos pré-candidatos à Prefeitura são-caetanense.

Paternidade – 2

Rodrigo Sodré disse que protocolou, junto à Aciscs e à Prefeitura, ofício solicitando a reabertura da atividade comercial no município, seguindo as normas de higiene preconizadas pelo Ministério da Saúde. Foi falar com Walter Estevam para pedir endosso à pressão. Foi quando, segundo Sodré, Estevam passou a divulgar o conteúdo do ofício como se fosse dele.




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