Setecidades Titulo Retomada ao trabalho
Enfermeiro curado volta às atividades na linha de frente
Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
03/05/2020 | 00:01
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Desde o dia 18, a vida do enfermeiro Douglas Cristiano Santana, 37 anos, não é mais a mesma. Funcionário do Hospital de Clínicas Municipal José Alencar, no bairro Alvarenga, em São Bernardo, ele testou positivo para a Covid-19 e ficou 14 dias em isolamento físico. Sem sintomas, retorna hoje ao trabalho com a sensação de ter superado a doença. 

Funcionário da linha de frente no combate ao novo coronavírus no centro médico, Santana desconfiou que também estava infectado quando passou a sentir calafrios e febre alta. “Passei dias terríveis. Desde a primeira vez que fui ao hospital, até passarem todos os sintomas. Logo que saiu o resultado do teste da Covid-19, profissionais do HC (Hospital das Clínicas) me deram apoio e todas as orientações que eu precisava”, declara Santana. 

Enfermeiro há 15 anos, ele reside no Jardim Las Vegas, em Santo André, com sua mulher, a também enfermeira Danielle Aparecida Xavier Santana, 38, que testou negativo para a doença. O profissional não chegou a ser internado e precisou realizar tratamento em casa. “Além de todos os cuidados com a higiene e limpeza que tivemos, comecei a fazer exercícios respiratórios em casa. Como lidei com o vírus desde o início e, em contato com os médicos, consegui fazer até o fim do tratamento”, explica. 

Santana ainda acredita que “dentro do hospital estava mais protegido do que fora”, pois internamente na unidade, profissionais e pacientes estavam se cuidando. “Ali (no hospital) sei que é inevitável. Mas, se sairmos até um mercado, por exemplo, vemos pessoas sem máscaras e luvas, o que significa perigo igual ou até pior”, lamenta. 

Por todos os anos de profissão e dezenas de casos acompanhados de perto, o enfermeiro observa que nunca viu nada parecido com o cenário atual nem como paciente nem como profissional. “Pelos pacientes, já sabia que era algo terrível e me tornando uma vítima, confirmei isso. Tenho pressão alta e fiquei pensando no pior. Depois disso só conseguia pensar que precisava cuidar e que só eu podia fazer isso por mim mesmo”, comenta. 

Agora, de volta às atividades, Santana pretende dobrar os cuidados dentro e fora do hospital e incentivar colegas de profissão a se protegerem também. “Não é só uma gripe. Estou voltando ao meu trabalho para ajudar quem precisa de mim”, finaliza.




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