“Além de utilizar os materiais para estudar, conseguimos pensar em como reutilizar outros objetos em nosso dia a dia”, comenta o estudante João Davi Souza, 13 anos. Ele integra os 50 alunos da IAM (Instituição Assistencial Meimei), no bairro Pauliceia, em São Bernardo, que receberam, ontem, mochilas escolares feitas com lonas no projeto Circulando, promovido pela empresa Circle, aceleradora de empresas e empreendedores das áreas de marketing, gestão e vendas.

A iniciativa existe há quatro anos e já beneficiou outras entidades com entregas de capas de notebook, cadernos e bolsas térmicas, onde a cada ano é produzido um material e todos são confeccionados com lonas usadas em eventos realizados pelas empresas. “Recolhemos as lonas utilizadas durante todo o ano passado, higienizamos e encaminhamos para a ONG Charlotte Arte em Costura, que montou os protótipos da mochila e costurou. Depois, as mochilas voltam para a empresa (Circle), onde são recheadas com outros materiais, como cadernos, lápis de cor e folhas de sulfite”, destaca a CEO da Circle, Fabiana Schaeffer. 

De acordo com ela, ainda neste ano serão destinadas, em média, 500 mochilas para outras instituições. “Optamos em doar os materiais para entidades que estejam sempre perto dos clientes que realizam eventos com a gente (como Mercedes-Benz e Volkswagen), justamente para fazer essa diferença no bairro e impactar na sociedade”, detalha Schaeffer. 

A estudante Jeissy Miriam Saraiva, 12, comenta que nunca tinha visto antes mochilas confeccionadas com lonas e que utilizará para os estudos diariamente. “É uma ideia muito diferente, reforça algumas ações que podemos fazer com materiais que não íamos usar mais e acabam sempre no lixo”, conta. 

Já seu colega, o estudante Guilherme Araújo, 12, também observa as utilidades do novo material. “Vai completar tudo o que já usamos na escola”, avalia. 

A IAM funciona desde 1977 com programas gratuitos desenvolvidos nas áreas de assistência social e educação, como aulas de ensinos infantil e fundamental I (1° ao 5° ano), em que, atualmente, atendem pelo menos 200 crianças de 3 a 10 anos, adolescentes, e mais 174 famílias para ações de fortalecimento de vínculos. “Esperamos que essas doações cheguem exatamente para favorecer essa área de criatividade dos estudantes, para trabalhar isso neles, onde tudo que chega como doação, acaba sendo revertido em educação. Isso que é o mais importante para nós e para eles (estudantes)”, finaliza a diretora em educação da instituição, Elza Terra Cotrim. 

Cotrim também aprova as mochilas sustentáveis. “Essa proposta é excelente”, finaliza.