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Professores da rede estadual paralisam contra previdência hoje

Sindicato estima que adesão seja entre 60% e 90%; votação foi antecipada para as 9h

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
03/03/2020 | 00:01
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A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) convocou os docentes da rede para paralisação hoje, em protesto pela votação da reforma da Previdência estadual. Os profissionais estão sendo convocados a comparecer às 8h em frente à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), para tentar impedir a votação em segundo turno da PEC (Proposta de Emenda à Constituicão) 18/2019, que muda as regras de aposentadoria para os servidores estaduais e já foi aprovada em primeira votação pouco antes do Carnaval. A sessão estava marcada para 16h, mas foi antecidada para 9h pelo presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB).

Entre as mudanças estão o aumento da idade mínima para aposentadoria, o fim do pagamento adicional por tempo de serviço e do acúmulo de benefícios temporários. O governo prevê economizar R$ 32 bilhões em dez anos.

Na região, as subsedes da Apeoesp estão desde a semana passada mobilizando os profissionais para que a participação seja efetiva. Em Santo André, a expectativa dos dirigentes é a de que ao menos 30 escolas parem total ou parcialmente. Em algumas unidades, cartazes foram colocados nos portões de entrada informando aos pais sobre a paralisação e sobre a suspensão das aulas hoje. A previsão é que sejam retomadas amanhã.

Coordenador da subsede de São Bernardo e São Caetano, Aldo Santos afirmou que cerca de 60% dos docentes devem aderir à paralisação. “Nossa expectativa é muito significativa. Vamos sair em quatro ônibus para São Paulo, com pessoas que estão descontentes com as mudanças, e vai ser um importante cerco à Alesp para derrotar o governo nessa política de destruição da já precária Previdência pública do Estado”, pontuou.

Em Diadema, de acordo com o coordenador José Reinaldo de Matos Lima, a adesão deve ficar em torno de 90% e haverá um ato na Escola João Ramalho, no Centro, antes da saída para a Alesp.

Na subsede de Mauá, que também responde pelas escolas de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a avaliação do coordenador André Sapanos é a de que há muito tempo não se via os professores tão mobilizados para a defesa dos seus direitos. “Acreditamos que 70% dos profissionais devam participar. Já temos três ônibus reservados e a mudança de horário não vai nos desmobilizar”, avaliou.

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lamentou que “o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”.

A pasta orientou que todas as escolas estaduais permaneçam abertas e destacou que confia no compromisso dos professores com seus alunos. “Em caso de eventuais faltas, o superior imediato irá analisar a justificativa apresentada, de acordo com a legislação”, relatou o comunicado da pasta. 




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