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A vez da arte coreana
Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
26/01/2010 | 07:00
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Divulgação


O consolidado mercado dos já tradicionais mangás japoneses começa a abrir espaço para a chegada de novo nicho. Os fãs podem conhecer um pouco mais da arte oriental com os chamados manhwas, como são conhecidos os quadrinhos coreanos.

Com os primeiros títulos chegando despretensiosamente no meio da última década, com HQs como "Deja-Vu - A Great Love Story" (Panini) e "Chonchu - O Guerreiro Maldito" (Conrad), uma nova onda de publicações do gênero está sendo lançada.

"Está todo mundo investindo nesse mercado. Seul (capital da Coréia do Sul) está bombando e é um dos locais mais férteis de ideias em todo o planeta", diz Rogério de Campos, diretor editorial da Conrad Editora.

A empresa aproveita o momento e tem hoje nas prateleiras quatro publicações do novo estilo: "Dangu", "Gui - O Guerreiro Fantasma", "Banya - O Mensageiro" e "Model". Os três primeiros apostam na ação e violência das antigas brigas com espada para chamar a atenção, principalmente dos leitores masculinos.

Voltado para o público feminino, "Model" traz como inspiração diversos contos sobre vampiros para contar a história de Ji-ye. A jovem abriga um garoto desconhecido em sua casa e não sabe se a lembrança de ele tê-la mordido faz parte de sonho ou se realmente o fato ocorreu. A trama também chama a atenção pelos personagens com forte aspecto andrógino.

O apelo artístico dos títulos é a principal arma dos manhwas. "Como uma das principais barreiras é a língua, os coreanos investem muito na parte visual para se destacar. Eles querem se fazer conhecer e os quadrinhos são uma boa forma para isso", explica Campos.

Acompanhando o mercado sul-coreano há cerca de dez anos, ele afirma que as escolhas para trazer novas histórias ficam presas a outras versões ocidentais. "Ficamos muito na dependência de edições italianas e francesas, porque não falo coreano e fica difícil traduzir. O que chama a atenção mesmo são as ilustrações."

A comparação com o estilo japonês é natural, mas parece que o ótimo trabalho da terra do sol nascente ainda está longe de ser alcançado. Segundo o diretor, os coreanos ainda estão procurando seu caminho, enquanto os japoneses já são tradicionais. "O Japão tem um estilo amadurecido e a Coréia ainda tateia o terreno dos quadrinhos", diz.

A aposta é de que os manhwas ocupem espaço atingido somente pelos mangás - também pelo fato de as editoras japonesas serem conhecidas por fazerem linha dura na negociação de seus projetos. Cabe aos leitores decidirem se realmente existe essa lacuna.




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