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Grupo CCR diz que repassou R$ 60 mil a Marinho via caixa 2

Nome do ex-prefeito de S.Bernardo aparece em acordo de leniência firmado pela empresa junto ao MP

Raphael Rocha
Do dgabc.com.br
01/12/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Acordo de leniência firmado pelo Grupo CCR junto ao Ministério Público envolve suposta doação de campanha, via caixa dois, para o projeto eleitoral de Luiz Marinho (PT) em 2012, quando o petista se reelegeu prefeito de São Bernardo. A lista de políticos beneficiados, segundo a concessionária de estradas pelo País, inclui os ex-governadores José Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) e a senadora Marta Suplicy (sem partido). Marinho nega irregularidades.

A investigação teve início com delação premiada de Adir Assad, operador financeiro e pego na Operação Lava Jato. Assad entregou relatório com supostos pagamentos irregulares para políticos e promotores paulistas avançaram em apuração envolvendo nomes do Estado. Em interrogatório, promotores ouviram de Assad como se deu aproximação dele com o Grupo CCR.

Em uma segunda etapa, o Grupo CCR admitiu atos ilegais a favor de políticos paulistas. No caso de Marinho, a empresa relatou ter repassado R$ 60 mil, com ajuda de Assad, por meio de compra de convites de um jantar promovido pelo então prefeito de São Bernardo para arrecadar fundos para a campanha.

Marinho negou irregularidades. Por nota, informou que os valores recebidos constam nas prestações de contas, “todas devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

O Grupo CCR se comprometeu a pagar multa de R$ 81,5 milhões aos cofres públicos. A quantia será a título de de reparação, danos morais coletivos e multas e será paga em duas parcelas, uma em março de 2019 e outra em 2020. A empresa administra, dentre outras vias, a Rodovia dos Bandeirantes e a Via Dutra, além do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas.

A firma informou que o esquema consistia na contratação do escritório de promoção de eventos de Assad. Parte desse recurso voltava aos cofres de diretores da CCR, que, por sua vez, entregavam valores a intermediários de políticos. Essa rotina teria durado de 2009 a 2013.

A companhia também terá de comprovar as denúncias apresentadas no acordo de leniência. “A investigação não termina em relação à CCR por conta da assinatura do termo. A empresa está obrigada, pelo acordo, a trazer ao Ministério Público e ao Judiciário todas as pessoas que forem prestar depoimentos, arcando com as despesas, e também trazer documentação e tudo o que possa ser útil nas investigações”, comentou o promotor Silvio Marques, um dos que costuraram a parceria com a empresa.

DEMAIS CITADOS - No caso de Alckmin, a CCR declarou ter dado R$ 4,5 milhões, via caixa dois, para a campanha do ex-governador em 2010, quando ele retornou ao cargo. Outros R$ 3 milhões foram repassados a José Serra em sua tentativa de chegar à Presidência da República, oito anos atrás. Kassab teria recebido R$ 2,8 milhões para criar o PSD. Marta, por sua vez, teria obtido R$ 1 milhão em sua empreitada ao Senado, ainda pelo PT, em 2010.

Além deles foram citados o deputado estadual eleito Emidio de Souza (PT), o deputado Antonio Mentor, o secretário de Saúde da Capital, Edson Aparecido, e o parlamentar estadual Campos Machado (PTB). Todos negam irregularidades. 




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