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Banca atrai clientes ao longo de gerações
Juliana Stern
Especial para o Diário
25/09/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Maria Aparecida Katzenwadel, 47 anos, responsável pela Banca Visconde, localizada na Rua Visconde de Inhaúma, altura do número 841, no bairro Olímpico, em São Caetano, já faz parte da história do local. Reconhecida como a “moça dos cabelos vermelhos da banca” por onde quer que vá, a jornaleira há quase 18 anos cativa a amizade dos clientes, sejam eles novos ou mais velhos.

Exemplo vivo é a fidelidade do pequeno João Vitor, 13, que frequenta a banca junto com o avô desde os 4 anos para comprar gibis e figurinhas. Ontem, o menino, que comemorava aniversário, passou pela banca de jornais à procura de Maria. “Tem clientes que a gente vê nascer e crescer. Esse João é um deles. Hoje (ontem) ele veio aqui perguntando o que eu vou dar de presente de aniversário para ele”, conta Maria, aos risos.

Segundo a profissional, ainda há quem procure a banca não pelos produtos alternativos de tabacaria, bomboniere e brinquedos, que passaram a ser ofertados recentemente, mas sim pelos artigos impressos. Alguns clientes são fiéis até o fim, revela a jornaleira. “Tem uma senhora que vinha aqui de segunda a sexta-feira e aos domingos para comprar o jornal para o pai. Depois, passou a pegar para o marido e, agora, que o marido faleceu, ela continua vindo. Só por vir, mas só de domingo.”

Sobre o futuro da profissão como dona de banca de jornal, Maria ainda vê a importância de se vender informação e entretenimento impresso em meio à era digital. “Nem todo mundo se sente confortável lendo pelo celular. Eles querem abrir um jornal e uma revista, pegar na mão. Mas tudo precisa se modernizar”, afirma a jornaleira, que crítica principalmente o sistema de assinaturas. “Não vejo a necessidade (de assinar). Antes jornais se mantinham sem isso.”

O aposentado José Sevilha, 76, compartilha da opinião de que o produto impresso ainda é relevante. O morador do bairro Olímpico passa quase que diariamente pela Banca Visconde e usa principalmente os jornais para se informar. “Preciso da banca porque não dá para viver só do digital. Eu, por exemplo, não tenho internet na minha casa. E, além disso, onde mais eu compraria figurinha?”, pergunta o colecionador do álbum do Campeonato Brasileiro.




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