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Desemprego é maior entre os que têm segundo grau
Da ABr
08/09/2010 | 07:05
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A taxa de desemprego entre as pessoas que concluíram o segundo grau no Brasil é maior do que entre aquelas que não terminaram essa etapa na sua formação, diz estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento). No levantamento divulgado ontem, a entidade diz que o dado vai na contramão da tendência verificada nos países ricos - onde o maior nível de formação educacional garante maiores chances de encontrar trabalho.

As informações são da BBC Brasil. O índice de desemprego entre os que não concluíram o segundo grau no Brasil é de 4,7% da população ativa, enquanto a taxa dos que terminaram o curso é de 6,1%. Uma das razões deste paradoxo no Brasil, segundo especialistas, é o alto desemprego entre mulheres que concluíram o segundo grau.

O índice entre mulheres com segundo grau completo é de 8,5%, superior ao dos países da OCDE, que é em média de 5%. O economista Etienne Albiser, da divisão de indicadores e análises sobre educação da OCDE, que participou dos estudos do relatório Olhares sobre a Educação 2010, disse que foram analisados 38 países, sendo que 31 são integrantes da organização e sete parceiros em estudos sobre educação.

"Outro fator é a estrutura da economia brasileira, que teria mais necessidade de mão de obra menos qualificada, embora não existam estatísticas a respeito", disse o economista. Segundo a OCDE, pelo menos dois terços das pessoas entre 25 e 64 anos no Brasil não têm estudo secundário.

Países como Chile, Grécia, Luxemburgo e México, que são integrantes da organização, registram situação semelhante à do Brasil. Nesses países, a taxa de desemprego entre as pessoas que não concluíram o segundo grau também é menor do que a registrada entre as que obtiveram o diploma.

"Nos países da OCDE, o diploma de conclusão do segundo grau é considerado como a bagagem mínima para ser competitivo no mercado de trabalho. A taxa de desemprego das pessoas com esse diploma é menor, em média, de cerca de 4 pontos percentuais em relação ao que não atingiram esse nível de formação", afirma o estudo. O documento também revela que as despesas do governo brasileiro com alunos do ensino primário e secundário quase dobraram entre 1995 e 2007.




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