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Britney se transforma em chacota rentável como atriz
Por Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
23/02/2002 | 17:10
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  Se Mariah Carey pode, ela também pode. Na semana passada a musa teen Britney Spears, como a colega decadente, lançou nos Estados Unidos seu primeiro longa-metragem, Crossroads, dirigido por Tamra Davis. Foi um sucesso – cerca de US$ 15 milhões arrecadados nos três primeiros dias de exibição, alcançando o segundo lugar nas bilheterias e perdendo apenas para John Q, com o cinco vezes indicado ao Oscar Denzel Washington, que lucrou US$ 20 milhões. Nem a massa muscular de Arnold Schwarzenegger foi páreo para as curvas da loira, e Efeito Colateral caiu para a terceira posição, com US$ 9 milhões.

Britney está com tudo e não está prosa. A história de Crossroads não fica muito atrás da piada cinematográfica Glitter, com Mariah Carey, que foi um fracasso. Mas a legião de fãs da cantora não está nem aí e compra ingressos a rodo. Ela não precisa ter voz – como foi comprovado aqui no Brasil, durante sua apresentação no Rock’n Rio, no ano passado – e nem mostrar dotes requintados de atuação. É só fazer caras e bocas, vestir um shortinho bem curto e ser Britney. E o público se derrete.

Crossroads é isso aí. Além da salada dramática que inclui gravidez indesejada, estupro implícito, primeira relação sexual e aborto involuntário, a popstar usa e abusa de seu charme para conquistar a audiência. Atrevida, ela chega a mostrar a calcinha já na primeira cena. De camiseta e lingerie, ela dubla Madonna em seu quarto.

É a forma de dizer, nas entrelinhas, que ela está engatinhando para alcançar o posto da rainha pop das baixarias. Para esquentar a trama morninha como o leite ingerido antes de dormir, Britney tira quase tudo na cena e perde sua tão divulgada virgindade. Fica só de calcinha e sutiã cor-de-rosa, em um encontro às escondidas com um colega de escola.

Fiel defensora do sexo somente depois do casamento, ela explicou que a cena caliente com o ator Anson Mount fazia sentido para a personagem. Para ela, com 20 aninhos, ainda não, mesmo que isso faça subir pelas paredes o namorado Justin, do N’Sync. Enquanto isso, Britney viaja mundo afora para divulgar Crossroads, sempre de umbiguinho de fora, sua marca registrada que deixa os marmanjos assim, como Justin.

Exibido para a imprensa em Londres, Crossroads foi motivo de chacota. Os críticos viram o filme como autopromoção pura e simples. Chegaram a dizer que o dramalhão era inapropriado para o público adolescente, justamente a maior faixa etária de fãs da cantora. Nos Estados Unidos, o longa recebeu a classificação PG-13 (menores de 13 anos só podem ver acompanhados dos pais ou responsáveis). E Britney nem fez beicinho. O que vale é que Crossroads, apesar de medíocre, engorda ainda mais sua conta bancária.




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