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Cesta básica cai apenas R$ 1 no ano
Por Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
25/12/2006 | 21:52
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Por mais que a dona-de-casa não tenha sentido muita diferença no bolso, os preços dos alimentos e produtos de primeira necessidade apresentaram uma leve queda neste ano em comparação com 2005.

O valor médio da cesta básica nos supermercados do Grande ABC caiu 0,51% ficando em R$ 211,75 – excluindo itens de hortifrutigranjeiro. A percepção do consumidor fica prejudicada com essa redução porque a diferença entre as médias de 2006 e 2005 é de apenas R$ 1,08.

Na pesquisa feita semanalmente pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o resultado da análise anual dos 34 produtos apresentou 11 artigos com alta e 23 registrando preços menores.

O item que encabeça a lista dos mais baratos no ano é a cebola, com queda de 22,68%. O tomate e a batata também acompanharam esse movimento e tiveram o custo do quilo reduzido em 22,02% e 10,80%, respectivamente.

Segundo o técnico agrícola da Craisa, Joel Diogo de Arruda Guerra, esses três itens não devem manter o mesmo ritmo de quedas em 2007. “A boa fase acabou. Houve muito produtor que não agüentou a queda de preço ocasionada pelo excesso de produção e acabou quebrando, fato que não deve se repetir.”

No entanto, o que ajudou o preço médio da cesta a ficar quase estável são os produtos mais consumidos pelas famílias brasileiras e que estão mais baratos, como o feijão, a carne bovina de segunda, o frango e o pão.

O feijão registrou recuo de 3,41% nos preços. O grão apresentou um ano de boa produção e colheita, favorecido pelas condições climáticas que não deixaram faltar produto entre as safras.

Enquanto a carne bovina de primeira apresentou alta de 4,78%, a de segunda ficou 3,29% mais barata. Neste ano, esse artigo passou por uma verdadeira novela por conta da febre aftosa. Para recuperar os prejuízos, os produtores estocaram o produto até que os preços subissem novamente e amenizassem as perdas.

Ainda no campo das carnes, o frango teve grande peso na queda da média anual. O preço da carne de ave deflacionou 12,58% neste ano, ainda reflexo da gripe aviária, que derrubou as exportações e fez sobrar produto internamente.

Já o pão, apesar de toda a especulação sobre o aumento da farinha de trigo, não ficou mais caro. Pelo contrário, os preços cederam 0,74%.

Já o que assusta na pesquisa, mas não surpreende a dona-de-casa atenta aos preços, é o encarecimento do açúcar: 30,42%. O culpado disso são os produtores que estão dando preferência em produzir álcool combustível e em exportar açúcar para os EUA.




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