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Crise chega e região demite 1.050 funcionários
Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
21/12/2008 | 07:12
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Edmilson Magalhaes/DGABC


Às vésperas do Natal, cerca de 1.050 trabalhadores da região não terão muitos motivos para comemorar. Duas empresas admitiram sofrer os efeitos da crise econômica - que assombra o mundo desde meados de setembro - e anunciaram as demissões.

A empresa norte-americana Ryder Logística, com filial há 15 anos em São Bernardo, fechou as portas na última sexta-feira e demitiu os 850 funcionários.

Segundo a assessoria de imprensa, a companhia mandou embora 2.400 funcionários em toda América Latina - além de São Bernardo, há unidades na Argentina e Chile.

A assessoria confirma que os efeitos da crise finalmente foram sentidos e não há como manter atividades por ordem da matriz americana. Na região, a Ryder Logística era responsável pelo transporte de peças da GM (General Motors) e Ford.

A TRW Automotive, indústria de autopeças em Diadema, enfrenta dias complicados. Com cerca de 580 funcionários, a empresa negociava demissões com o Sindicato dos Metalúrgicos há um mês. "Nós estávamos incumbidos de amenizar a situação, mas fomos pegos de surpresa com a notícia das demissões", conta o diretor-executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema, José David Lima Carvalho.

A entidade não confirma o número de demissões, mas estima que sejam cerca de 200.

"Acho que eles foram precipitados. Afinal, todas as empresas de autopeças que nos procuraram (queixando-se da queda na demanda) são orientadas a esperar 2009 para ter uma noção do cenário econômico", explica Carvalho.

Além de receber a má notícia da demissão, os funcionários da TRW Automotive - que produz peças para GM - foram notificados por correio. "Eles enviaram carta por sedex notificando as demissões. Amanhã vamos nos reunir em frente à empresa, às 5h30, para tentar resolver esta situação e evitar mais cortes", diz o sindicalista.

As demissões ocorreram de forma tensa. Na madrugada de sexta-feira, os funcionários foram avisados no meio do trabalho que o turno estava suspenso e que deveriam ir para casa. "Como eram 3h da manhã eles não tinham condução. Mesmo assim, a empresa apagou as luzes e expulsou os funcionários do local", diz carvalho. Representantes da TRW não foram encontrados. (Colaborou Vivian Costa)




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