Na entrevista, publicada nesta terça-feira, Martín, dizendo-se futuro candidato à presidência de uma eventual transição, assegura que nunca pensou que a solução para a Venezuela fosse "uma figura providencial", como quis converter-se o atual chefe de Estado.
Lembrou que vem combatendo Chávez desde que ele liderou um golpe de Estado em fevereiro de 1992 contra o então presidente Carlos Andrés Pérez e afirma: "não acredito nesses militares providenciais latino-americanos, que se apresentam como a encarnação da revolução e terminam sendo autocratas inúteis.
Protestos - A oposição venezuelana reuniu milhares de pessoas na noite desta segunda-feira, durante a "passeata das tochas" em Caracas para exigir a renúncia do presidente Hugo Chávez.
Convocados pela Coordenadoria Democrática, os manifestantes mesclaram o ato político com o espírito de Natal, promovendo uma festa noturna iluminada por velas, tochas e lamparinas. A passeata, que partiu de diversos pontos de Caracas, foi concluída na Praça Chuao, no leste da capital.
"O Natal está em nossos corações", disse Juan Fernández, ex-diretor da estatal Petróleos de Venezuela, que foi demitido durante a greve geral que paralisa o país há 22 dias.
"O venezuelano, mesmo na tragédia, ainda encontra humor para prosseguir. Somos um povo alegre", disse Fernández durante a manifestação. "Sem Natal em 2002, com Liberdade em 2003. Não à violência, não à mesquinharia", destacavam alguns cartazes.
A passeata também foi colorida com caras pintas, faixas e bandeiras com as cores e as estrelas da Venezuela.
A oposição organizou manifestações similares em várias cidades da Venezuela, onde a população foi convocada para um grande "panelaço" na noite de Natal.
O líder da Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) reiterou que não haverá a trégua de Natal proposta pelo vice-presidente José Vicente Rangel.
Ortega denunciou a ação da Guarda Nacional, que nesta segunda dispersou violentamente uma manifestação pacífica da oposição em Maracaibo, no oeste do país.
O líder sindical também denunciou a "perseguição" militar contra os grevistas da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), para forçar seu retorno ao trabalho.
Ortega advertiu ainda para a possibilidade de atos terroristas nas próximas horas promovidos pelo governo Chávez. O líder sindical disse ter informações de que tais atos visariam o metrô e o sistema de energia elétrica de Caracas.
"O governo joga com o caos" e pretende atribuir a responsabilidade destes atentados à oposição, advertiu Ortega.
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