A aposentada Maria Emídia Finco, 71 anos, foi transferida terça-feira à tarde para o Hospital Estadual de Diadema, no bairro Serraria, onde será submetida a cirurgia para correção de uma fratura em um dos braços. Há 11 dias, ela ocupava um leito do pronto-socorro do Hospital de Nardini, em Mauá, à espera de uma vaga num dos hospitais da rede pública de saúde.

O impasse ocorreu porque o Nardini não é considerado referência em cirurgia ortopédica. Na última quinta-feira, Maria Emídia chegou a ser levada para o Hospital de Guaianazes, em São Paulo, para ser operada. Porém, teve de retornar a Mauá porque não havia feito os exames cardíacos no Nardini antes da transferência. Revoltada com o impasse, a família da aposentada procurou a polícia. Um boletim de ocorrência foi registrado no 1º DP da cidade.

Procurada pelo Diário, a Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Regina Vieira, afirmou no sábado que Maria Emídia mais uma vez seria transferida para o hospital paulistano até o fim do dia de terça-feira. Mas a promessa não foi cumprida. Pouco antes de a vaga do Hospital Estadual de Diadema ser aberta, a secretária chegou a afirmar que a cirurgia seria feita no Nardini, hipótese que havia sido descartada anteriormente por “falta de condições técnicas”.

Até o início da noite de terça-feira, a data de cirurgia da aposentada não havia sido agendada. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, que administra o Hospital de Diadema, a definição só ocorrerá depois que Maria Emídia for submetida a uma bateria de exames. Embora a solução para o caso esteja próxima, o advogado da família de Maria Emídia, Agnaldo Cassio Moreira, afirma que irá entrar com um processo contra o Hospital Nardini sob alegação de danos morais em razão do prolongamento do sofrimento da paciente.