Audiência foi realizada ontem no MPT (Ministério Público do Trabalho) com representantes da General Motors e de demitidos da fábrica da montadora em São Caetano em julho, a fim de resolver conflito gerado pelo desligamento de 523 funcionários, sem que tivesse havido negociação coletiva. Muitos dos empregados cortados na época tinham estabilidade, por possuírem doença profissional. Além disso, no despacho de convocação, o MPT diz que teria havido uso equivocado da suspensão do contrato de trabalho.

Logo após os cortes, em julho, os trabalhadores fizeram acampamento, durante 20 dias na porta da fábrica, para pressionar a companhia a reverter as demissões e, por conta da mobilização, a empresa prometeu analisar o retorno de pelo menos parte dos demitidos. No entanto, apesar de reuniões do grupo de ex-empregados com executivos da GM para tratar disso, a demanda não foi atendida.

A audiência não teve resultado positivo, segundo um dos representantes do grupo de demitidos, o ex-funcionário Miguel Rodrigues. “Ficaram de averiguar os fatos”, disse. Ele afirmou ainda que falou sobre as demissões irregulares durante a audiência e ouviu de representantes da GM que a empresa passa por situação difícil, mas assumiam o compromisso de reintegrar o pessoal quando a situação do mercado melhorar. Procurada pela equipe do Diário, a montadora informou que não iria comentar a respeito.