Cerca de 900 pessoas, segundo os organizadores, são esperadas na porta do Golden Square Shopping, em São Bernardo, na tarde de sábado em protesto organizado por simpatizantes do rolezinho a favor do direito de ir e vir de jovens que gostam de funk.

Chamado de Pelo Direito à Cidade, integrantes do Corredor Cultural 7 Cidades, grupo que defende a expansão de atividades públicas na região, exigirão a permissão de uso dos espaços públicos da cidade pelos funkeiros.

“Não há espaço para esses jovens. Eles sofrem preconceito muito grande por conta do estilo musical que gostam”, disse o sociólogo Murilo Borges, 20 anos, integrante do grupo.

“Há um pensamento comum das pessoas onde qualquer aglomeração de jovens é visto como potencial encontro de criminosos”, completou, endossando que o grupo exige o debate com a Prefeitura para negociar a Lei de Controle de Ruído. 

“Todos os estilos serão afetados, toda a cultura popular, de rua. A classe média não fica afetada porque tem seus espaços para fazer os seus rolezinhos”, disse.

SHOPPINGS

O evento em São Bernardo é o segundo a aparecer nas redes sociais nesta semana. Antes, um rolezinho no Shopping Praça da Moça, em Diadema, foi agendado para a tarde do dia 22 de fevereiro. A data, no entanto, seria apenas um detalhe para manter os interessados cientes de que o encontro pode acontecer a qualquer momento.

A equipe do Diário tentou entrar em contato com os organizadores na página oficial do evento, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. “O pessoal está com medo”, disse Mônica (o sobrenome não foi revelado), 15, uma das 101 pessoas que haviam confirmado presença até ontem. “Estamos sendo taxados de muita coisa, mas queremos apenas aproveitar um sábado com todo o pessoal. Quem bagunçar a gente mesmo vai colocar para fora”, afirmou.

Em nota, as assessorias dos shoppings Golden Square e Praça da Moça se limitaram a dizer que estão tomando medidas preventivas de segurança e que não iriam se pronunciar antes que os eventos aconteçam de fato.

Por enquanto, o Grande ABC segue sem rolezinhos realizados. A pressão dos centros comerciais é grande. O Mauá Plaza, por exemplo, obteve até liminar por tempo indeterminado proibindo a entrada de menores desacompanhados.