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China: 'Taiwan é próximo passo para reunificaçao total do país'
Por Do Diário do Grande ABC
20/12/1999 | 11:05
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O governo de Pequim garantiu, nesta segunda-feira, em Macau, que a próxima etapa na reunificaçao total do país é uma prioridade para os próximos anos. O presidente chinês, Jiang Zemin, foi claro, em Macau, apenas alguns minutos depois de ter sido içada a bandeira vermelha, substiutuindo a de Portugal. ``O governo e o povo chinês estao confiantes e sao capazes de chegar a um acordo o mais rápido possível sobre Taiwan e sobre uma completa reunificaçao nacional', disse.

No entanto, o vice-presidente taiwanês Lien Chan rejeitou a idéia de uma reunificaçao da ilha com a China continental, afirmando que esse modelo só pode ser aplicado às colônias.

Lien Chau, que é candidato do Kuomintang (nacionalistas no poder) à Presidência, em março próximo, estimou que a situaçao de Taiwan é completamente diferente das de Hong Kong e Macau. ``Macau era uma colônia, como Hong Kong, mas nós nao somos uma colônia', declarou Lien Chau.

Macau viveu seu primeiro dia ``chinês' com uma exaltaçao patriótica marcada pela chegada triunfal dos soldados do exército popular de libertaçao, 12 horas depois que Portugal devolveu o território à China.

Uma vanguarda de cerca de 500 soldados do exército chinês entrou em Macau ao meio-dia (2h de Brasília), sob um sol radiante, em contraste com os últimos dias cinzentos da presença portuguesa. Portugal devolveu esta segunda-feira, às 00h01 (domingo, 14h01 de Brasília) seu último resto do Império colonial, pondo fim a mais de quatro séculos de presença européia na Asia.

Numa manifestaçao simbólica desta soberania recuperada, o exército chinês entrou aclamado pela multidao. Agitando bandeiras vermelhas e ramos de flores, os habitantes chineses de Macau reservaram a melhor acolhida aos soldados de rosto impenetrável, vestidos com vistosos uniformes.

Uma dezena de veículos blindados e cerca de sessenta jipes e outros veículos militares os levaram até seus novos quartéis, no centro da cidade.

Milhares de pessoas saudaram esta chegada histórica com gritos de boas-vindas ou tentavam se aproximar, sendo contidos pela polícia onipresente.

Ao contrário do ocorrido em Hong Kong, a populaçao de Macau está bastante satisfeita com a chegada destas tropas chinesas, das quais se espera medidas em benefício de sua própria segurança. Os delinqüentes chineses têm promovido, nos últimos dois anos, uma guerra de quadrilhas, com dezenas de mortos em Macau, onde a economia baseia-se no jogo e nos cassinos.

Uma vez instalado, o exército deu passagem a uma grande parada. A música, a dança folclórica regional da China, incluindo as danças do leao e do dragao, os carros alegóricos, as demonstraçoes de Kung Fu e o rufar ensurdecedor dos tambores invadiram as ruas.

Esta febre patriótica se estendeu à China inteira, convocada a manifestar sua solidariedade com os ``irmaos' reencontrados de Macau, e a pedir o mesmo para Taiwan.

Desde a manha de domingo, as televisoes chinesas, que dedicaram todas as suas transmissoes a Macau, retransmitiram incessantemente a cerimônia de devoluçao.




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