Economia Titulo G-20
Lula defende a politização do G-20
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15/11/2008 | 07:00
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Preocupado com o insucesso anunciado da reunião do G-20, neste sábado, na capital americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a politização do grupo, que reúne países industrializados e em desenvolvimento responsáveis por 90% do PIB e 80% do comércio mundiais, para que sejam apresentadas medidas "rápidas" de forma a "não permitir que a crise se instale".

"Nós não podemos sair deste G-20 com as mãos abanando", advertiu Lula, na tarde de hoje, durante as reuniões realizadas com os primeiros-ministros do Reino Unido, do Japão e da Austrália, conforme relato do ministro da Fazenda Guido Mantega. Segundo o ministro, "se nós não tomarmos medidas rápidas, poderemos ter o risco de cair numa depressão econômica".

Ao comentar o agravamento da crise no mundo e a necessidade de políticas mundiais "sintonizadas", o ministro da Fazenda alertou que "não se fala mais só em recessão econômica" e "já se fala em depressão".

Mantega assegurou, no entanto, que quando fala em risco de depressão e recessão, não está se referindo ao Brasil, lembrando que os indicadores econômicos do País são sólidos e o crescimento será positivo. "No caso brasileiro não há risco de recessão", afirmou. Ele listou várias medidas já adotadas e avisou que novas poderão ser anunciadas, se houver necessidade.

Segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil vai crescer 3% em 2009, acima da expansão projetada para a economia mundial, de 2,2%, no mesmo período. Já as economias avançadas vão apresentar PIB negativo, no ano que vem, segundo o fundo.

Na entrevista, Mantega disse que grupos de trabalho técnicos serão formados para discutir medidas de regulamentação do sistema financeiro. A idéia é que estes grupos apresentem seus resultados no início do ano que vem.

Uma nova reunião do G20 deve ser realizada, entre fevereiro e março de 2009, certamente no Reino Unido, já que este país assume a presidência do grupo, contando também com o novo presidente norte-americano, Barack Obama, na Casa Branca. A formação dos grupos de trabalho com objetivos definidos está sendo considerado um resultado prático da reunião de hoje do G-20. Mantega disse que todos os países do grupo admitem a necessidade de regulamentação do sistema financeiro, mas há divergências sobre o tipo de regulação.

"Temos de fazer um programa anticíclico de políticas monetárias, reduzindo a taxa de juros, aumentando o crédito e fazendo a liquidez chegar ao consumidor e ao produtor. E políticas fiscais também, políticas pesadas, onde o setor público venha a aumentar os gastos, seus investimentos e as vantagens fiscais", disse. "Manter o comércio mundial aberto também é uma maneira de aumentar a atividade econômica nos países."




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