Cultura & Lazer Titulo Lançamento
Frejat segue falando de amor
Julio Ibelli
Especial para o Diário
30/08/2008 | 07:06
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Em meio a todo amor que acontece na cidade (e não estamos falando daquele seriado com as quatro amigas de Nova York), o carioca Frejat lança o terceiro álbum solo pós-Barão Vermelho, Intimidade entre Estranhos. "Eu gosto de falar sobre o assunto", ele dispara, sobre os dois temas na verdade, a urbe, e as relações de afeto que se desenrolam nela.

E a cidade pode ser de qualquer tamanho, não necessariamente o Rio onde nasceu, morada e tira inspiração. Ele só não saberia dizer das localidades diminutas e bucólicas, onde a dinâmica de intimidade tende a ser distinta sem todo aquele cinza, seja de concreto ou poluição.

A própria capa do novo disco já deixa escancarada as intenções de Frejat, com ele postado em frente às janelas de um prédio pintado de vermelho. O significado e a própria imagem remetem ao documentário nacional Edifício Master, de Eduardo Coutinho, e ele admite que, em algum momento, o filme tenha servido de inspiração para a arte do CD.

É como se em cada uma daquelas janelas, acontecessem os dramas entre casais apaixonados narrados por Frejat em seu novo CD.

Discussão essa sobre o encarte que pode levar a lugar nenhum, em plena era de decadência do suporte físico para música como o conhecíamos. "Me entristece e decepciona o público não saber de quem são os créditos", admite, em referência ao fato de muitos arquivos sonoros em MP3 não trazerem essa informação. Porém, ele não refuta os ganhos em termos de avanço técnico com os quais os artistas cada vez mais se beneficiam.

Sem os créditos não seria possível saber, por exemplo, que Controle Remoto, a música que abre o disco, foi composta em parceria com Paulo Ricardo. De discurso simplório, para não dizer piegas, (e trechos constrangedores como "Fazer um Photoshop na realidade/ deletar a miséria e a maldade"). A música talvez caberia no repertório de Paulo Ricardo.

"As parcerias serviram para renovar e oxigenar o trabalho, trazer novas temáticas para os assuntos que eu gosto de tratar", explica Frejat. Além de Paulo Ricardo, Zeca Baleiro, Leoni, entre outros, dividem as composições.

Zé Ramalho também está na lista e escreve Tua Laçada, lampejo de criatividade que ajuda a contrabalançar uma sucessão de momentos pouco inspirados do disco (vide Eu Só Queria Entender). Eu Não Quero Brigar Mais Não (composta em parceria com o rapper Gustavo Black Alien) fica no meio termo.

Já a trilha de novela das sete Dois Lados chega a funcionar, e Tudo de Bom - disparada a melhor faixa, encerra o disco em clima de boas vibrações, que remete ao Barão de Cazuza (e a Tim Maia), fugindo completamente da linha música para acampamento que permeia o CD, uma coleção de músicas com letras cantaroláveis e instrumentais que devem fazer sucesso nos violões de mochileiros pelos Brasil afora.




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