O charme da Corrida Internacional de São Silvestre não está apenas no seu pelotão de elite, mas também no bloco dos anônimos. É ali que uma multidão de atletas amadores transforma a prova mais popular do País em um Carnaval antecipado e leva sua alegria para as ruas de São Paulo.

Este ano, entre os 20 mil atletas que irão enfrentar os 15 quilômetros, estará a família Marchetti, que pela terceira vez encara a prova. O grupo é formado pelo pai Carlos (85 anos) e os filhos Doralice (57) e Luiz Carlos (56). O caçula René (51), está contundido e desfalca o grupo.

Filha mais velha de Carlos, a comerciante Doralice Marquetti (o sobrenome é diferente devido a um erro no cartório), de Santo André, é mãe de quatro filhos e avó de três netos e participa da São Silvestre pela nona vez. Nesta edição com um incentivo a mais. "Vou correr ao lado de meu pai e meus irmãos", comemora. "Eles também são maratonistas como eu. A São Silvestre será um desafio para todos nós, pois correr um prova com esse trajeto torna tudo muito mais difícil", afirma.

Doralice já correu 11 maratonas, entre elas a de São Paulo, Nova York e Buenos Aires. "É um vício. Quando você começa não pára mais. A São Silvestre é o encerramento da temporada. Se não participar essa prova, meu ano não está completo", conta a atleta.

Seu melhor tempo para a São Silvestre é de 1h15, nem tão maior que os 53min07 registrados pela queniana Alice Timbilili (vencedora do ano passado), que tem 30 anos a menos de idade e o atletismo como profissão. "Minha meta esse ano é fazer a prova em 1h15 novamente. Estou bem treinada para isso", afirma.

Primeira vez - Ao lado da família Marchetti estará Marilene Rosa de Oliveira Diniz (54 anos), também amante de corridas de rua, e que estará estreando na São Silvestre. Com quatro filhos e quatro netos, ela corre desde os 40 anos.

Marilene vive a expectativa da estréia. "Participei de poucas provas. Este ano, como tinha o objetivo de disputar a São Silvestre, passei a intensificar o treino e a disputar várias corridas. Correr esta prova é um desafio, pois ela apresenta um percurso bastante diferente, com subidas e descidas", disse a vovó corredora.