O motorista de Diadema pode ostentar que têm à disposição mais opções viárias para ir e vir de São Paulo. Se por um lado as condições para se dirigir para a Capital são um pouco melhores que nos municípios vizinhos, entrar e sair da cidade para o restante do Grande ABC é o calcanhar de Aquiles.

A mais expressa ligação de Diadema com São Paulo se dá pela Rodovia dos Imigrantes, que tem menos acessos e menos congestionamento do que a Via Anchieta, em São Bernardo, garantindo viagem mais rápida.

Por outra ponta da cidade é possível chegar até a Zona Sul da Capital pela rota das avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquivel e Presidente Kennedy, no Centro, que leva para a região de Santo Amaro por meio da Avenida Cupecê.

A partir de outra avenida, a Conceição, é possível ultrapassar a divisa com o Jabaquara, quase em paralelo com a Via dos Imigrantes.

Na tríplice fronteira com a Capital e São Bernardo, região do Taboão, a Avenida Prestes Maia oferece possibilidade de se chegar ao Parque do Estado.

Se as saída são muitas, nos horários de pico, de manhã e no fim da tarde, as possibilidades se esgotam e a solução para escapar do congestionamento não existe.

"Você vai encontrar trânsito na Avenida Cupecê e na direção para o Jabaquara todo dia, vai perder tempo e não há muito o que fazer para escapar", afirmou o taxista José Nilson, 71 anos.

"Mas sair para as outras cidades é ainda pior. Em alguns momentos, eu recomendo aos passageiros mais desesperados com o horário que peguem um trólebus, que vai livre no corredor", admitiu o taxista João Paulo Barros Moita, 28.

As alternativas para os que precisam se deslocar para Santo André, São Bernardo e São Caetano são poucas para o volume diário de carros, motos e caminhões.

De um lado, a Avenida Corredor ABD, que recebe o pesado trânsito de veículos que começa na Avenida Prestes Maia, em Santo André, e só piora quando passa pela a Avenida Lions, em São Bernardo.

A outra opção é a não menos congestionada Avenida Piraporinha, que recebe trânsito da Via Anchieta e das avenidas Pereira Barreto e Lucas Nogueira Garcez, todas em São Bernardo.

O último levantamento do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) apontou que a frota de Diadema cresceu 9,2% em um ano e está estimada em 130 mil veículos.

Segundo a Prefeitura, em média, as vias mais congestionadas do município chegam receber até 10 mil veículos por hora. Mas "no momento não há rota alternativa para escapar do trânsito intenso", informou em nota.

Rota alternativa pode ser perigosa, alerta profissional
Existe um caminho alternativo em Diadema para os motoristas que precisam correr em direção à Zona Sul de São Paulo, mas não podem esperar pelo esvaziamento da rota da Avenida Cupecê.

O acesso se dá pela Avenida Alda, uma das divisas com a Capital, e se estende pela Rua dos Marimbas, depois Avenida Professor Cardoso de Melo Neto, em seguida Estrada do Alvarenga e Avenida Emérico Richter.

A partir deste ponto, o motorista está na Avenida Nossa Senhora do Sabará, que permite acesso às avenidas Interlagos e Nações Unidas.

Apesar de a alternativa ser antiga, os motoristas ouvidos pelo Diário não recomendam a rota para qualquer motorista.

"Depois que escurece é perigoso, pois é preciso passar por regiões periféricas, também fáceis de se perder", afirmou o taxista Jorge Oda, 65.

Sem explicação - Como forma de melhorar a fluidez do tráfego no município, a Prefeitura de Diadema garantiu que possui projetos para intervir no viário.

A Avenida Piraporinha, um dos gargalos na divisa com São Bernardo, está entre as vias que poderão ser beneficiadas. Apesar do anúncio, a administração não detalhou a proposta e informou apenas que o plano está em fase de aprovação.