Mesmo sem representatividade na Câmara de Santo André, o presidente do PSDB local, Ricardo Torres, descarta enfraquecimento do partido no município e afirma que existem outras formas de marcar território político na cidade, além de contar com vereadores. O tucano suscita papel de oposição vigilante à administração do prefeito Carlos Grana (PT), podendo usar o Ministério Público como ferramenta de fiscalização.

Há uma semana, Torres foi absolvido pela executiva estadual do PSDB pelo fraco desempenho da chapa de vereadores do partido na eleição municipal. Dos 28 postulantes, apenas três vereadores passaram da marca de 1.000 votos. Marcelo Chehade (com 3.886 sufrágios) e Marcos da Farmácia (2.643) não renovaram os mandatos e o partido ficou sem voz no Parlamento.

Torres não demonstra preocupação após o revés nas urnas e minimiza a falta de representatividade no Legislativo, afirmando que isso não será empecilho ao PSDB em seu papel opositor ao governo do PT. "A voz da oposição vem do partido e assim iremos fiscalizar. Tenho acompanhado as ações do Grana. E a legenda deve se valer por instrumentos como o Ministério Público. A cadeira na Câmara é apenas um dos mecanismos de fiscalização", disse.

Para exercer essa proposta, Torres ainda terá de se reeleger na convenção municipal do PSDB em Santo André, marcada para 14 de abril - data para formação dos diretórios para cidades acima de 500 mil eleitores. Inicialmente, a legenda escolherá os integrantes dos diretórios zonais, em 17 de março, que posteriormente votarão no próximo presidente municipal da sigla. "Antes (de pleitear reeleição), vou dialogar com o diretório após as eleições das zonais", desconversa.

RECONSTRUÇÃO

"Com as saídas de algumas figuras, podemos tratar a reconstrução do PSDB somente entre tucanos", defende Torres, ao tratar do ‘renascimento' do partido em Santo André. A declaração remete ao secretário de Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra (PSD) - ex-vereador pelo PSDB, que saiu do partido após ter candidatura ao Paço preterida.

Para 2014, Torres projeta candidaturas do tucanato andreense para deputado estadual e federal. Em 2016, o discurso é de lançar postulante ao Executivo. Entretanto, caberá ao PSDB, enfraquecido e esvaziado após eleição municipal, conseguir formar novas lideranças para não ficar apenas como coadjuvante nos futuros pleitos de Santo André.