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Justiça decreta prisão de incendiário de casal
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
20/05/2005 | 07:58
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A Justiça de São Paulo decretou na quinta-feira a prisão temporária de Mardone Gonçalves de Lima, 27 anos, acusado de incendiar um casal de namorados do Grande ABC no fim de semana passado. Na segunda-feira, a polícia anunciou a decretação de prisão equivocadamente e depois voltou atrás da declaração. A Justiça aguardava os depoimentos de testemunhas para pedir a prisão de Lima. Apesar do documento em mãos, policiais do 42º DP (Parque São Lucas, zona Leste da capital) ainda não haviam conseguido prender Lima até quinta-feira à noite.

Investigadores fizeram diligências quinta-feira no bairro Peruche, zona Norte de São Paulo, além de averiguarem denúncias anônimas do paradeiro do acusado na zona Sul, na divisa com o Grande ABC.

Quinta-feira, o 2º DP de Mauá divulgou fotografia mais atualizada de Lima, onde ele aparece mais gordo que a anterior mostrada pela polícia, de dois anos atrás, feita em estúdio. A foto atual é de quando Lima foi preso, em novembro do ano passado, por receptação de cheques roubados de confecções localizadas em Monte Sião, em Minas Gerais.

Lima é acusado de matar os namorados, seu ex-cunhado Rafael Tiago Sartori, 22, e Caroline Bonomi, 23, por vingança. A família de Sartori não deixava Lima ver a ex-mulher e a filha de 2 anos.

Na madrugada de domingo, segundo a polícia, Lima invadiu a casa onde os namorados estavam, no Jardim Salgueiro, em Mauá, amordaçou os dois e os colocou em um carro. O acusado foi até uma praça na Vila Califórnia, em São Paulo, jogou gasolina no casal, ateou fogo e fugiu. Uma testemunha chamou a PM e o Corpo de Bombeiros ao ver “dois fogos se mexendo”. Os namorados morreram no Hospital Municipal do Tatuapé, na capital.

Perfil – Um dos proprietários da academia Energia Fitness, Sidnei Soares, 29 anos, que Lima freqüentava em Mauá, disse que ele parecia ser uma pessoa calma, sossegada, que gostava de malhar. “Nunca imaginei que ele pudesse cometer um crime bárbaro. Aqui ele nunca arrumou confusão, até que era muito tranqüilo. A gente costumava brincar com ele dizendo que tomava ‘bomba‘, e ele nunca reagiu”, afirmou Soares.

A academia fica na rua Lodz, perto da casa onde Lima morava com a família, localizada na rua Benedito Rodrigues Alves. Dias antes de ocorrer o duplo homicídio, na madrugada do último domingo, o acusado treinou normalmente na academia.

Durante um ano, Lima costumava ir três vezes por semana ao local. No início, preferia as noites. Depois, passou a ir no início das tardes, na hora do almoço.

“Ele era muito inchado, devia ingerir muitos anabolizantes. A gente comentava, e ele não respondia nada. Talvez o uso excessivo de ‘bomba‘ tenha afetado seu sistema nervoso e contribuído para ele cometer o crime”, disse Soares, que é formado em Educação Física e faz pós-graduação na USP (Universidade de São Paulo).

A reportagem tentou conversar com algum parente de Lima na casa dele, mas ninguém quis dar declarações. Segundo a polícia, a mãe, Alcione Gonçalves, 54 anos, é uma evangélica fervorosa e ficou muito abalada com ocorrido.




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