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Golpes antigos ainda fazem vítimas na região
Por Willian Novaes
19/09/2011 | 07:29
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Os antigos golpes que lesam o cidadão ainda estão na praça. Parece assunto de novela ou do passado, mas o bilhete premiado, a carteira encontrada, um brinde valioso ou o carro mais barato ainda fazem vítimas nas cidades do Grande ABC.

Para cair na lábia dos estelionatários, as pessoas não são ingênuas ou desinformadas, segundo especialistas ouvidos pelo Diário. A principal arma do golpista não é a ameaça ou extorsão, mas a ganância da própria vítima. Como eles dizem, o "olho grande".

Um dos exemplos mais conhecidos é a antiquíssima venda de um bilhete premiado, por um homem simples, que normalmente diz querer voltar para sua cidade no Nordeste, por valor irrisório perto do prêmio e gigantesco para quem perde de uma hora para outra a poupança acumulada em vários anos.

"As pessoas precisam parar de pensar que dinheiro cai do céu. É óbvio que ninguém sai na rua oferecendo prêmios e facilidades a troco de nada", disse o delegado Lupércio Antonio Dimov, de Santo André.

Outra história que apavora devido ao estrago que provoca e sua simplicidade é a compra de um carro zero quilômetro por preço muito abaixo da tabela. As delegacias da região frequentemente registram casos assim. A fórmula é sempre a mesma. Um golpista anuncia nos jornais um carro com valor abaixo da tabela. Depois da primeira ligação, se identifica como funcionário de uma das montadoras da região e que tem o direito de retirar um veículo novo com desconto.

A pessoa que está interessada acredita e começa a trocar e-mails, telefonemas e raramente chegam a se encontrar. O estelionatário, inclusive, manda fotos do modelo pretendido para a caixa postal eletrônica do interessado. No momento de fechar negócio, o golpista pede um sinal, de R$ 2 mil a R$ 3 mil. No dia da transação, o comprador vai ao local combinado, normalmente a porta de uma montadora, e não encontra ninguém.

No mês passado, um senhor de aproximadamente 70 anos perdeu R$ 60 mil em São Caetano. Os policiais da delegacia onde foi registrado o caso informaram que o homem não parava de andar de um lado para o outro e não acreditava que tinha caído na armadilha.

"Ele ficou transtornado, mas não é o único. A maioria não vem registrar ocorrência com medo e vergonha", disse um experiente investigador.

Segundo policiais, assim que o dinheiro entra na conta é transferido para outras; depois, o saque ocorre em cidades distantes. Dessa forma fica quase impossível pegar o estelionatário.

O aposentado Manoel, 70 anos, foi a uma agência bancária no Centro de Diadema e sacou R$ 4 mil. O dinheiro era para trocar o carro e pagar algumas contas, mas não deu tempo. Impressionado com a simpatia de uma mulher mais nova e atraente, chegou na sua residência com menos da metade da quantia. Ele trocou um cheque no valor de R$ 2.300, depois que uma moça, no ônibus, contou uma história. Disse que tinha perdido a carteira com todos os documentos e que ficou apenas com o cheque no bolso. Ele não resistiu ao charme e realizou a troca.

"Os mais velhos precisam ficar muito mais atentos, principalmente quando vão sacar ou depositar quantias elevadas. Os golpistas ficam de prontidão atrás dessas pessoas", orienta o delegado Giovanni Roma, de São Bernardo.




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