"Às vezes tem cliente com tinta no cabelo e a água acaba", reclama Lie Joe Hok, 51 anos, proprietário de um salão de cabeleireiro na Rua Padre Manuel da Nóbrega, no bairro Jardim, em Santo André. É mais um exemplo do problema enfrentado por moradores da cidade com os frequentes cortes no abastecimento de água sem aviso prévio. Lie, assim como outros moradores, sofre para contornar a falta de água, que começa de surpresa. "Eles nunca avisam."

Desde o início do ano, bairros como Parque Capuava, Parque Novo Oratório e Jardim Santo Alberto, entre outras regiões, passam por falta de abastecimento semanais. Em julho, Alex Rodrigues, 36, morador do Parque Capuava, disse ao Diário que as tentativas de contatar o Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André também são um problema, já que o telefone de contato da companhia sempre fica no atendimento eletrônico.

Em nota, o Semasa explicou que o problema no fornecimento de água tem ocorrido em função da insuficiência na adução por parte da Sabesp. Segundo a autarquia municipal, a Sabesp tem enviado quantidade de água menor que a necessidade do município, ocasionando a falta.

A companhia informou ainda que realiza contatos com a empresa estadual de saneamento para tentar resolver a questão. No caso da Avenida Padre Manoel da Nóbrega, o corte ocorreu em função de manutenção na rede de distribuição.

Já a Sabesp rebateu a informação, e alegou que tem enviado, neste ano, um volume superior ao observado em 2010. A companhia lembrou ainda que a distribuição dessa água, bem como a gestão de manutenção da rede de distribuição, é feita pelo Semasa, o que não possibilita uma análise mais criteriosa a respeito dos bairros apontados.