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Desespero e angústia para quem ficou na enchente
Do Diário do Grande ABC
19/01/2011 | 00:17
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Tiago Silva/DGABC


Desespero e angústia foram os sentimentos mais comuns entre as pessoas que estavam na região central de Santo André. Quando o céu escureceu, ninguém imaginava tamanha intensidade de ventos e chuva. Em poucos minutos, o Rio Tamanduateí transbordou e não era mais possível saber onde terminava o leito e começavam as pistas.

A correnteza que se formou obrigou motoristas a abandonarem seus veículos e se arriscarem em meio à enxurrada. Alguns contaram com cordas e mangueiras atiradas por pedestres, outras se equilibraram, apesar da correnteza.

O dono de um furgão amarrou o carro em um poste para evitar que fosse levado em direção a São Caetano. Outras duas pessoas não conseguiram escapar a tempo e precisaram da ajuda de um helicóptero Águia da Polícia Militar para serem resgatadas da enxurrada e colocadas em uma quadra esportiva. O salvamento foi realizado com sucesso, e as vítimas foram levadas para uma quadra, próximo à avenida.

Na Avenida José Amazonas a água atingiu mais de um metro. O supervisor Janssen Ferreira, 30 anos, estava com o filho que completa seu primeiro aniversário amanhã e teve de abandonar o carro para salvar a criança. "De repente, a água estava batendo no capô. Só pensei em salvar meu filho", disse.

Os apuros por causa da enchente deram margem à solidariedade e foi graças a ela que dois cavalos foram salvos por dois homens na Vila Valparaíso. "Eles estavam amarrados e resolvemos ajudar", afirmou um homem que se identificou apenas como José.

Quando a água baixou, motoristas, moradores e comerciantes da área central da cidade começaram a contabilizar os prejuízos. A loja de Mônica Trevisan, 42, foi invadida pela força da enxurrada que danificou bijuterias e artigos de perfumaria, entre outros itens. "Não sei ainda o valor do prejuízo, mas é alto", comentou.

Na Monte Casseros, três carros ficaram empilhados e outros dois se chocaram com a força da água. Perto dali, na Avenida Portugal, uma árvore de cerca de 10 metros caiu em cima de um carro e interditou a via. "A gente estava no clube (Primeiro de Maio), e quando chegamos encontramos essa situação", lamentou a empresária Karen Silva, 37.

Os proprietários de outros dois veículos foram surpreendidos ao chegar ao estacionamento na Rua Catequese onde haviam deixado seus veículos. A estrutura de ferro não resistiu à tempestade e veio abaixo, amassando os carros. "Vamos ver se o seguro do estacionamento ou o meu arca com o prejuízo", disse a analista Beth Ciriaco, 30.

O trânsito entrou em colapso e, no Centro de Santo André, o motorista ainda tinha de manter a paciência e não conseguia engatar a segunda marcha. "Não tem o que fazer, mas a paciência vai acabando com o passar das horas", desabafou o vendedor Clóvis Amorim, 42.




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