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Câmara contrata envolvidos em polêmico concurso
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/03/2013 | 07:00
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O presidente da Câmara de Santo André, Donizeti Pereira (PV), contratou nesta semana dois servidores envolvidos no conturbado concurso público anulado sexta-feira pelo prefeito Carlos Grana (PT). Alair Magni e Marli Eronice Cardozo - funcionários da área de pregão da Prefeitura - firmaram acordo com o verde para atuar no Legislativo. O petista cancelou o edital devido à série de inscrição de funcionários comissionados da gestão Aidan Ravin (PTB) para os cargos de procurador.

Alair foi contratado para trabalhar como assistente parlamentar no gabinete de Donizeti e Marli atuará na função de assistente técnica da presidência. O verde sustentou que não tinha ciência da informação do problema que respingou também sobre os dois funcionários. "Para mim, o impasse se deu com os adjuntos de Gabinete (Fabiana de Cássia Bozzella) e Segurança Pública (Claudemir José das Neves, integrantes do segundo escalão do governo Aidan. Não com eles", argumentou.

Em contrapartida, Donizeti ponderou que não há demérito na contratação da dupla para os cargos comissionados, de livre nomeação. Segundo o verde, nada impede o procedimento ao alegar que o concurso ser dirigido "é subjetivo". "Não vejo problema. O caso (do concurso) pode até ser imoral, mas não ilegal. Estou à vontade nessa questão, pois, por exemplo, a Marli é especialista em Direito Público e vai ajudar no exercício da Casa. Por que (a contratação) é irregular?"

Os servidores integravam a equipe do departamento de licitações da Prefeitura de Santo André, setor subordinado à chefia de Gabinete. Na oportunidade do fim da seleção, em janeiro do ano passado, as principais reclamações recaiam em possíveis informações privilegiadas sobre o processo de triagem do Paço.

Ambos tinham participação direta na contratação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) para a aplicação das provas e se inscreveram para disputar o posto. Os servidores têm contato com a entidade, admitida pelo Executivo sem licitação. Em troca, a USCS ficou com 100% do valor das taxas de inscrições. Ao todo, mais de 50 mil pessoas prestaram a prova.

O jurista Tito Costa afirmou, na ocasião, que não há ilegalidade na inscrição, só que a "alta classificação seria suspeita de irregularidade".

 




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