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PSDB: coadjuvante na oposição a Marinho

Vereadores tucanos começam legislatura tímidos, enquanto popular-socialistas não dão trégua ao governo

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
16/02/2013 | 07:00
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Principal partido de oposição ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), na Câmara até o ano passado, o PSDB se transformou em coadjuvante na atual composição do Legislativo.

Se o ex-vereador tucano Admir Ferro era o principal oponente de Marinho na Casa, conseguindo travar a votação de projetos de interesse do prefeito, neste começo de legislatura os parlamentares Hiroyuki Minami e Juarez Tudo Azul têm atuado de maneira tímida.

Em contrapartida, a bancada do PPS, formada pelos vereadores Marcelo Lima, Estevão Camolesi, Oswaldo Camargo, Manuel Pereira Martins, Julinho Fuzari e Pery Cartola, não tem dado trégua ao governo, seja utilizando a tribuna da Câmara para criticar a administração ou cobrando respostas do Paço para demandas nos bairros.

Os tucanos justificam a atuação contida pela inferioridade na Câmara, mas nem por isso deixam de ser oposição. "Não temos condição de obstruir ou mudar a votação de projetos, mas faremos oposição com responsabilidade, votando de acordo com os interesses da cidade", disse Minami.

Juarez Tudo Azul segue na mesma linha do correligionário. "Somos oposição, não há dúvida sobre isso, mesmo estando em minoria", sustentou o tucano.

A busca pela autoafirmação como principal bloco de oposição ao petista causou um momento inusitado, semana passada, no PPS.

Pery e Julinho apresentaram no mesmo dia, mas em horários distintos, representações ao Ministério Público pedindo apuração sobre a proibição da Prefeitura aos cursos extracurriculares nas Emebs (Escolas Municipais de Ensino Básico), atingindo cerca de 2.000 alunos. As aulas nas áreas de dança, futebol, balé e artes marciais custavam entre R$ 30 e R$ 50 por mês.

Julinho Fuzari argumenta que o PPS tem de puxar a fila oposicionista, porque é a legenda do deputado estadual Alex Manente, que disputou a eleição para prefeito com Marinho, mas foi derrotado pelo petista, que conquistou 261.339 votos (65,79% dos válidos), contra 122.924 sufrágios do popular-socialista (30,94%).

"Temos esse compromisso de fiscalizar o governo e, para isso, contamos com apoio do PSDB. Se em determinado momento eles estiverem à frente de alguma situação, terão o nosso apoio", alegou Julinho.

Presidente do diretório municipal tucano, Admir Ferro rechaça a condição de coadjuvante do PSDB no Legislativo. "Essa situação de maior ou menor participação vai do perfil do vereador, que pode fazer oposição sem abrir a boca. Cada um tem seu estilo. Não tenho acompanhando as sessões, mas ainda é muito cedo para considerar que um partido está atuando mais que o outro", disse Ferro.

Marinho foi eleito com apoio de 17 partidos e tem 20 dos 28 vereadores em sua base de sustentação, incluindo o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), condição que limita a atuação da oposição.

Julinho Fuzari argumentou que a oposição atuará ma Câmara com apoio popular. "A sociedade civil terá um papel importante para nos auxiliar para cobrar da Prefeitura um serviço público de qualidade", sustentou o popular-socialista.




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