Diarinho Titulo Natal
Pedidos de montão para o Bom Velhinho
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
22/12/2013 | 07:00
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Em dezembro, os Correios ficam lotados de cartas ao Papai Noel. “Escrevo todo ano”, afirma Giovana Gialusi, 9 anos, de São Bernardo. “Prefiro desenhar o que quero ganhar”, conta Matheus Balzi, 6, de São Bernardo. João Vitor Dias, 8, de São Caetano, curte enviar a correspondência. “Já fiz e-mail, mas no papel é mais legal. Mando para o Polo Norte.”

Em 2012, os Correios da região metropolitana de São Paulo (incluindo do Grande ABC) receberam cerca de 260 mil cartinhas; mais de 47 mil foram atendidas. Assim como Noel, há pessoas que adotam os pedidos e ajudam a dar presentes. Neste ano, foram enviadas 8 milhões de cartas ao Bom Velhinho no mundo, segundo a UPU (União Postal Universal).

O Diarinho conferiu correspondências que chegaram aos Correios de Santo André. Muitos envelopes eram improvisados, feitos de sulfite, com desenhos e figurinhas coladas. Não precisa pagar para enviar a mensagem. Algumas cartas foram escritas pelos pais ou irmãos mais velhos. Costumam contar sobre a família e o bairro onde moram.

Em geral, os presentes mais desejados são bicicleta, boneca, carrinho, videogame, roupas e material escolar. Alguns também querem cesta básica, doces, paz, amor, amizade e saúde. E há quem faça pedidos por outras pessoas. “Queria brinquedos para crianças que estão no hospital”, diz Camila Feitosa, 7, de São Caetano. “Daria um emprego à mãe da minha amiga”, afirma Sarah Tapia, 9, de São Bernardo.

Tem outras formas de a carta chegar ao Polo Norte. Maria Luíza Reis, 7, de São Bernardo, deixa o bilhete sob a árvore de Natal. “No dia seguinte desaparece, os duendes vêm buscar.” Já Gabrielle Carvalho, 8, de São Caetano, dá à mãe. “Ela entrega ao Papai Noel com o dinheiro para o presente.”

Segundo Arthur Costa, 7, de São Bernardo, na noite do dia 24 renas auxiliam a viagem do Bom Velhinho. “Ele chega com o saco gigante cheio de presentes.”

Nem todos os desejos são atendidos

Papai Noel recebe pedidos de vários tipos, mas nem sempre é possível atender a todos. “Queria um tablet, e ele não me deu. Ganhei um brinquedo”, conta João Vitor Dias, 8 anos, de São Caetano. “Quando pedi o patinete do Monster High, ele trouxe o da Hello Kitty. Pode ser que não tinha ou não encontrou”, diz Luiza Grünewald, 7, de São Caetano.

Para Ariane de Carvalho, 7, muitas vezes o Bom Velhinho avalia o comportamento. “Se for desobediente ou ir mal na escola, não ganha nada.” Na opinião de Maria Luíza Reis, 7, de São Bernardo, às vezes, famílias muito humildes não conseguem auxiliar Noel a conseguir o presente.

Em alguns momentos, não entendemos por que recebemos algo diferente do que desejávamos. Mas essa experiência também é importante. Ouvir ‘não’ faz parte da vida.

Vale a pena conversar com os adultos para entender o motivo pelo qual não ganhou o que queria. Às vezes, o produto é muito caro ou os pais acham que não é adequado para o filho. Mas não desanime. Mais do que brinquedos e aparelhos eletrônicos, a gente precisa torcer para receber amor, saúde e paz.

Brinquedos e eletrônicos são os preferidos desta geração

Os presentes que o Papai Noel mais entrega são os mesmos requisitados pelas gerações passadas: bicicleta, boneca e carrinho. Nos últimos anos, porém, o Bom Velhinho tem recebido muitos pedidos de aparelhos eletrônicos, como celular e computador. Neste ano, o campeão foi o tablet. O produto chama a atenção porque proporciona rápida diversão a uma geração ligada em tecnologia. Tem aplicativos coloridos, música e interação com amigos virtuais.

Mas esses presentes são caros e exigem muito esforço e trabalho dos adultos que auxiliam o Bom Velhinho. “São os pais que dão dinheiro para o Papai Noel comprar”, diz Maria Luíza Reis, 7 anos, de São Bernardo.

Além disso, ficar muito tempo com eletrônicos pode contribuir para que o usuário se exercite pouco. Pode ainda provocar doenças como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo). Para evitar problemas, é indicado permanecer, no máximo, duas horas por dia na frente de telas.

Carta confirma existência do Papai Noel

Em 1897, a norte-americana Virgínia O’Hanlon, 8 anos, ficou triste ao ouvir dos amigos que o Bom Velhinho não existia. Acreditando que tudo o que saía no jornal era verdade, mandou uma carta ao The New York Sun, importante jornal norte-americano da época, perguntando se realmente havia Papai Noel. Ao ler as palavras da menina, o jornalista Francis Church, responsável pelos editoriais (textos com opiniões) do jornal, publicou o texto Sim, Virgínia, Papai Noel Existe.

Nele, Church afirma que os amigos dela estavam errados. “Eles não acreditam em nada exceto no que veem. (...) É tão certo que ele exista quanto existe o amor, a generosidade e a devoção, e você sabe que tudo isso existe em abundância para dar mais beleza e alegria a nossas vidas.” Em 2009, a história virou a animação Sim, Virgínia.

Saiba mais

Quer saber onde Papai Noel e suas renas estarão entregando presentes no dia de Natal? É possível acompanhá-los a partir do dia 24 pelo www.noradsanta.org.

Pelo aplicativo para celular Santa Calls (pago) dá para conversar com Noel.

Mande e-mail ao Bom Velhinho pelo www.emailaopapainoel.com.br.

Consultoria de Suzy Camacho, psicóloga infantil e terapeuta familiar. 




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