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V.S.Pedro: grileiros e clandestinos completam ‘terra de ninguém’
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
12/01/2007 | 23:30
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A Vila São Pedro é um dos exemplos mais emblemáticos da ausência do Estado nas periferias do Grande ABC. Além do tráfico de drogas, o bairro irregular abriga uma máfia de grilagem de terras e um bando que comanda linhas de transporte clandestino.

Com mais de 60 mil moradores, a Vila São Pedro integra o bolsão da pobreza de São Bernardo, que se estende do Centro aos morros à margem da via Anchieta. A área, de 2,6 milhões de m², começou a ser ocupada em 1987, por um grupo de sem-teto. Vinte anos depois, o bairro se transformou numa grande área de risco: existem mais 200 pontos com perigo de deslizamento.

A falta de intervenção pública permitiu que uma briga judicial entre Prefeitura e a massa falida Interinvest, dona de parte dos terrenos invadidos, se arrastasse por quase duas décadas. Em maio do ano passado, o Diário denunciou o esquema de venda de lotes na vila. Moradores pagavam até R$ 3 mil por um pedaço de terra de 5x20 metros.

O esquema seria comandado pelo presidente da SAB (Sociedade Amigos do Bairro), Geraldo Gomes da Silva. Ele é acusado por moradores de sacramentar a venda dos lotes e garantir que o cadastro feito na entidade serve como garantia de posse do terreno. Silva é assessor parlamentar do presidente da Câmara de São Bernardo, Laurentino Hilário (PSDB). Ambos negam envolvimento na máfia da grilagem.

Além do comércio ilegal de lotes, o transporte clandestino também opera livremente no bairro. Motoristas chegaram a interditar ruas para impedir a passagem das linhas de ônibus, e fazem o trajeto até o Centro. Faturam cerca de R$ 20 mil por mês. Funcionam como uma empresa de táxi, com veículos enfileirados em ponto improvisado em frente à sede da SAB, na avenida Jerônimo dos Santos.



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