Setecidades Titulo Crime em Santo André
Filho tinha feito BO contra homem que matou ex-mulher

Segundo delegada, denúncia foi por ameaça; até ontem, assassino não havia sido localizado

Bianca Barbosa
Especial para o Diário
30/03/2018 | 07:00
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 A Delegacia de Defesa da Mulher de Santo André não tinha, até ontem, pistas sobre o açougueiro Joselito de Lima, 47 anos, acusado do assassinato da ex-mulher, a auxiliar de produção Rosângela Dias Machado, 41. O crime aconteceu na terça-feira, no Jardim las Vegas, em Santo André, onde ela foi morta com quatro tiros.

De acordo com a delegada Adrianne Mayer Bontempi, apesar de a mulher não ter feito qualquer denúncia relativa a problemas com o ex-marido, o filho mais velho do casal, Diogo, havia registrado boletim de ocorrência contra o pai, por ameaça.

Morador do Jardim Ipê, em São Bernardo, o açougueiro, que não tinha passagem pela polícia, é acusado de feminicídio – crime contra a mulher. Ele alvejou a ex-mulher na frente da casa dela. Após ter cometido o crime, Joselito fugiu em uma motocicleta vermelha.

Segundo a delegada que investiga o caso, quando Rosângela quis terminar o relacionamento de 20 anos, pelo comportamento agressivo e constantes casos de embriaguez de Joselito, ele não aceitou. “Nós ainda temos na sociedade a mulher como objeto do homem.”

Para Adrianne, a Justiça tem contribuído para punir crimes contra as mulheres, mas é necessário que a sociedade seja mais atuante. “Em 2015, o feminicídio passou a ser crime hediondo, com pena maior do que homicídios”, completou a delegada. Ela também informou que o Brasil é o quinto país do mundo com os maiores índices de crimes contra a mulher. “Para prevenir o feminicídio é necessário denunciar. Sempre que a pessoa observar algo, deve ligar para o disque-denúncia, no 180.”

De acordo com nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, apesar de ter o menor número de feminicídio do Brasil, em 2015, o índice ainda é alto no Estado, com 2,4 assassinatos de mulheres por grupo de 100 mil. “Em 2015, houve o registro de 40 casos de feminicídio. No ano seguinte, foram 60. Em 2017, 108 casos.” Ou seja, em três anos o índice quase triplicou.

 

 




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