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S.Bernardo registra 1º caso autóctone de febre amarela da região

Homem de 35 anos está internado na UTI do Hospital das Clínicas, na Capital

Juliana Stern
Especial para o Diário
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
06/02/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 São Bernardo confirmou, ontem, o primeiro caso autóctone de febre amarela do Grande ABC. A vítima, um homem de 35 anos, está internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas de São Paulo, na Capital. Além de reafirmar a região como local de risco para a transmissão da doença, o registro também alerta para a possibilidade de avanço do problema para zonas centrais das cidades, tendo em vista que ainda não é possível afirmar se trata-se de contaminação silvestre ou urbana.

O morador infectado pelo vírus mora no Jardim Palermo (área urbana) e trabalha no Jardim Represa (local próximo à região de mata) e não havia se vacinado contra a febre amarela, tampouco viajado nos últimos meses. Ele deu entrada na rede municipal de São Bernardo no dia 1º, na UPA Baeta Neves e, posteriormente, foi transferido para a Capital.

Conforme o secretário de Saúde de São Bernardo e coordenador do GT (Grupo de Trabalho) sobre o tema no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Geraldo Reple, a primeira ação municipal para evitar o avanço da doença foi o bloqueio sanitário e pulverização de inseticida, ontem, em raio de aproximadamente 500 metros no entorno das duas áreas frequentadas pelo paciente.

A partir de hoje, está prevista a vacinação de moradores das regiões próximas aos dois possíveis locais de contaminação, porta a porta. “Nossa arma terapêutica é a vacina. Não há nenhum outro caso suspeito naquela área, mas ainda não sabemos se ele contraiu a doença perto da mata ou na cidade. Estamos pesquisando. Vamos ter de entrar na mata, procurar macacos mortos ou mosquitos contaminados”, destaca Reple.

Diante do cenário de incerteza, o secretário enfatiza a importância, além da vacinação, do combate ao mosquito vetor da doença nos trechos urbanos, o Aedes aegypti. Embora este tipo de febre amarela não seja registrado no Brasil desde 1942, o risco se faz presente. Já os mosquitos Haemagogus e Sabethes são responsáveis pelas contaminações nas zonas silvestres – os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada adentra uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado.

 

IMPORTADOS

São três os registros importados de febre amarela confirmadas na região. Em São Bernardo, morador de 33 anos foi diagnosticado com a doença após viagem a Mairiporã. O mesmo aconteceu com doente de 35 anos, que reside em Ribeirão Pires. Já a vítima de Santo André, de 24 anos, teria se contaminado durante viagem a Atibaia.

Último balanço aponta que o número de mortes por febre amarela silvestre em São Paulo subiu para 61 desde janeiro do ano passado, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. Ao todo, foram 163 casos confirmados de contágio da doença. Entre os municípios mais afetados pela doença está Mairiporã, com 96 casos e 28 mortes.

 

Meta de vacinação contra a doença segue abaixo do ideal na cidade

O índice de vacinação contra a febre amarela segue abaixo do ideal em São Bernardo. Ontem, no primeiro dia de uso de 102 escolas para aplicação das doses contra o vírus – além de 34 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) –, foram 12 mil pessoas imunizadas. “Atingimos 22% do nosso público-alvo (707 mil moradores), quando o ideal seria 50%. O apelo que faço é para que as pessoas procurem a vacina. Não há fila”, ressalta o secretário de Saúde, Geraldo Reple.

O CEU (Centro Educacional Unificado) Regina Rocco, na Vila São Pedro, em São Bernardo, vacinou 100 pessoas ontem. Segundo a técnica de enfermagem Maria das Dores Souza Santana, o motivo da baixa procura é a falta de informação. “Muitos chegam mal informados, receosos, com muitas perguntas sobre riscos de reação”, diz.

REGIÃO

Pelo menos 518,7 mil pessoas foram vacinadas contra a febre amarela no Grande ABC. A meta é proteger 2,3 milhões de pessoas.  




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