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Mercadante defende aumento salarial
Juliana de Sordi Gattone
Do Diário do Grande ABC
26/03/2007 | 07:03
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“Correção salarial, após quatro anos sem reajuste, tem de ser feita”, defende o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Os 26,49% propostos pela Câmara Federal já causam polêmica – os salários dos parlamentares subirão dos atuais R$ 12,85 mil para R$ 16,25 mil –, mas para o petista a remuneração é justa. “Embora o salário do Parlamento seja maior do que a média concedida ao funcionalismo público, ainda está abaixo do concedido ao Ministério Público e ao Judiciário”, justifica.

Mercadante, no entanto, faz questão de ressaltar: “Sou contra o projeto do ano passado (91%), que propunha equiparação com o teto salarial do STF (Supremo Tribunal Federal).”

Sobre a estratégia adotada pela oposição ao governo Lula de abandonar votações de projetos “extremamente” importantes, como os do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), para discutir primeiramente o reajuste salarial, o senador é taxativo. “A oposição critica o uso de medidas provisórias, mas acaba empurrando o governo a fazê-las. Não há outra forma de governar se o Legislativo não acelerar processo decisório”, defende.

Mesmo assim, o petista acredita ser legítima a utilização do instrumento de obstrução de pauta pela oposição. “Mas não pode abusar. É um erro o Congresso não legislar sobre matérias fundamentais ao crescimento. O País, para crescer, precisa resolver problema da estrutura. A oposição pode sugerir mudanças, mas não paralisar o processo legislativo por muito tempo se quiser colher emprego e desenvolvimento. E é isso que a sociedade quer.”

Sobre a pressão pela instauração de CPIs, o discurso do senador muda, fica mais contundente e crítico. Para ele, embora as comissões façam parte da disputa e da agenda da oposição, é um equívoco reduzir o Congresso à questão política-partidária. “A eleição já acabou.”

Alguns políticos defendem que o modelo eleitoral no Brasil tende a prorrogar as discussões e dificultar o andamento de projetos, já que a cada dois anos há disputa. Por isso, já há quem sugira a volta do processo eleitoral em todas as esferas (federal, estadual e municipal) em um único ano, como era antigamente. “Acho difícil mudar o calendário eleitoral, porque teria de fazer prorrogação de mandatos. Não há ambiente democrático para isso. Acho que a reforma política mais importante não é essa, mas sim o financiamento público de campanha e a lista partidária.” E sentencia: “Temos é de amadurecer politicamente para saber separar disputa política-eleitoral do que são interesses gerais da sociedade, que é política de Estado”.

Iniciativa - Mercadante, que estará nesta segunda-feira na Bovespa para falar sobre economia e PAC, alega que o programa “é indispensável, necessário e correto, mas insuficiente”. Para complementar o projeto do governo federal e conquistar o crescimento, o petista defende outras medidas, como a redução da taxa de juros e do câmbio.

E para cobrar a adoção dessas práticas, ele diz que conseguiu aprovar, há duas semanas, um requerimento na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para convocar a diretoria do Banco Central a explicar as próximas decisões. Segundo o político, a comissão é um meio republicano de cobrar satisfações à sociedade das decisões de política econômica.



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